15.05.2020 Atualidades
Ainda que seja um alerta natural do organismo, pais, amigos e professores devem ficar em alerta para que ele não se transforme num transtorno.
Se estes tempos difíceis já são um propenso deflagrador de distúrbios da ansiedade para grande parte da população, imagine pelo que estão passando os adolescentes? Como se não bastassem as cobranças naturais em relação aos pais e à família, de uma forma geral, bem como à aparência, aos relacionamentos afetivos e à aceitação pelos amigos, os adolescentes ainda sofrem com as enormes expectativas e decisões que têm pela frente, como escolha da profissão, qual carreira irão seguir e a boa colocação em processos seletivos extremamente competitivos como Enem e vestibulares de boas universidades.
A Orientadora Educacional do Ensino Fundamental II do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo, Suely Duarte Costa Barros Rangel, explica que a transição da infância para a puberdade, os primeiros anos de adaptação com todas as mudanças físicas, emocionais, sociais, relacionais e as novas exigências passam a ser um gatilho importante, que potencializa a ansiedade do jovem. Apesar disso, Suely trata com absoluta naturalidade esse processo, que nada mais é que a transição para a vida adulta. “Entendo que a ansiedade normal; é um estado de preparação para enfrentar o novo, o desconhecido e até o perigo, ajudando a manter a integridade do ser humano e o equilíbrio”, explica.
No entanto, a orientadora educacional adverte que, caso não sejam tomados os devidos cuidados, a ansiedade pode deixar de ser um simples e instintivo alerta do corpo que prepara os jovens para novos desafios e pode se transformar em um grande problema para a saúde física e mental. “Quando o adolescente passa a ter uma preocupação excessiva e persistente com as mudanças sofridas por ele, passando a ter pensamentos negativos, em vez de superá-las saudavelmente, a ansiedade pode se transformar em um transtorno, necessitando até de ajuda terapêutica e medicamentosa”, adverte Suely.
Por essa razão, ela aconselha que tanto os próprios jovens quanto familiares, amigos e professores estejam atentos às reações para ajudá-los a desenvolver a sua inteligência emocional, a fim de melhor lidar com seus sentimentos ansiosos e com os sentimentos do outro, reconhecendo-os, acolhendo-os e decidindo fazer boas escolhas. “A escuta é significativa para que o adolescente possa expressar, com confiança, suas dificuldades e temores”, diz. “Tratar com naturalidade essa fase, sem preconceito, sem críticas e cobranças desnecessárias é de suma importância. Mostrar e demonstrar ao adolescente que ele é amado e aceito em suas condições atuais pode ajudá-lo a superar com mais tranquilidade esse período”, observa.
Por fim, Suely cita um versículo da Palavra de Deus que, sempre sabiamente, traz um grande conforto para quem está passando pelo problema: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”, Filipenses 4:6”