21.08.2023 Universidade
A Faculdade de Direito (FDir), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), realizou nesta segunda-feira, 21 de agosto, a abertura da Semana Jurídica, evento que acontecerá ao longo da semana e contará com palestras e apresentação de pesquisas na área do Direito. A abertura foi realizada no Auditório Ruy Barbosa, no campus Higienópolis.
O primeiro evento da semana contou com a participação e relato de sobreviventes do Holocausto. Com o tema Alerta do passado com o olhar para o futuro, Gabriel Waldman e Ariella Segre narraram suas experiências nos campos de concentração da Alemanha Nazista, durante o período da Segunda Guerra Mundial. A pesquisadora do Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, Sarita Micinic Sarue, também participou da conversa.
Nascido na Hungria, Gabriel Waldman tem 85 anos e era criança quando foi para o campo de concentração. Ele afirma que só sobreviveu pois morava na capital, Budapeste, então a família conseguiu se esconder por um tempo. “Foi uma matança indiscriminada de judeus: morreram velhos, crianças, adultos. Eu sou a única pessoa da família do meu pai que sobreviveu. Os nazistas realmente se dedicaram a nos matar”, afirmou. Ele disse que até hoje se pergunta como os nazistas conseguiram tornar um país inteiro ao menos conivente com tamanha atrocidade.
Aos 83 anos, a italiana Ariella Segre, tinha três anos quando os alemães invadiram a Itália e impuseram as mesmas leis nazistas, o que provocou a deportação de judeus para a Alemanha. “Os nazistas pagavam à população por informações dos judeus, então muitos italianos entregavam”. Após a invasão, um caminhão da Gestapo, a polícia nazista, parou em frente à casa da sua família, porém um vizinho foi alertar o pai. “Quem ajudava os judeus também seria morto, mas um vizinho procurou meu pai e alertou para ele não retornar em casa e procuramos fugir”.
Abertura institucional
O chanceler do Mackenzie, reverendo Robinson Grangeiro, falou sobre o quanto o ser humano possui habilidade tanto para fazer o mal quanto para fazer o bem. “Traz ao nosso coração esperança, ao sabermos que o ser humano tem a capacidade de fazer o bem superar a capacidade desse mesmo ser humano de fazer o mal e de projetar no fundamento da nossa esperança”, disse, relembrando que existe o Autor da Esperança não nos frustra.
Para o reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, destacou a importância de sempre trazerem à memória os acontecimentos do passado, mesmo que eles evidenciem a maldade humana. “É muito importante estarmos atentos ao passado, pois todos nós somos convocados para nos posicionar contra o mal e para enfrentar as mazelas da sociedade, fazendo sempre o bem”.
O diretor da FDir, Gianpaolo Poggio Smanio, justificou a escolha da palestra de abertura. “É um tema muito impactante, mas também muito relevante para quem estuda Direito. Falar sobre o Holocausto é falar sobre os Direitos Humanos e através dessa reflexão devemos valorizar os direitos fundamentais, como a liberdade, a dignidade e o valor de uma construção democrática”, afirmou.
Estiveram presentes no evento a pró-reitora de Graduação, Janette Brunstein; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson Pereira de Almeida; e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Felipe Chiarello.