Autoestima é a percepção e avaliação que uma pessoa tem de si mesma, envolvendo sentimentos de valor, competência e autoconfiança. No contexto profissional, a autoestima é fundamental porque influencia diretamente a produtividade, a qualidade do trabalho, a capacidade de lidar com desafios e a interação com colegas. Observa-se que profissionais com alta autoestima tendem a ser mais proativos, motivados e resilientes. "Autoestima deve estar sempre aliada ao autoconhecimento e ao autocuidado, pois essa combinação é essencial para o desenvolvimento integral das pessoas", afirma a professora Miriam Rodrigues, do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) no Mackenzie.

Influência no desenvolvimento da carreira

Um profissional com uma boa autoestima acredita em suas capacidades, o que facilita a tomada de decisões, a busca por novas oportunidades e a superação de desafios. O autocuidado ajuda a manter a saúde mental e física, reduz o estresse e aumenta a energia, permitindo que este desempenhe melhor suas funções e mantenha um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional. "Por outro lado, se um profissional tem baixa autoestima e/ou não pratica o autocuidado pode enfrentar vários problemas", explica Miriam.

A ausência de autocuidado tende a aumentar os níveis de estresse e ansiedade, causar problemas de saúde e reduzir a capacidade de concentração e produtividade. No longo prazo, esses fatores impedem o crescimento profissional e impactam negativamente a carreira. “A baixa autoestima pode levar ao medo de falhar, dificultar a aceitação de críticas construtivas e prejudicar os relacionamentos interpessoais no trabalho. Isso pode resultar em procrastinação, falta de iniciativa e baixo desempenho”, alerta a profissional.

Práticas de autocuidado

Incorporar práticas de autocuidado na rotina melhora significativamente o desempenho no trabalho. Exercícios físicos regulares ajudam a diminuir o estresse e aumentar a energia, enquanto uma boa alimentação auxilia na concentração e disposição. O sono de qualidade é fundamental para a recuperação física e mental, e pausas regulares evitam a exaustão e aumentam a produtividade. "Uma técnica eficaz para isso é o método Pomodoro, que envolve trabalhar por períodos de 25 minutos seguidos por uma breve pausa de 5 minutos. Após quatro pomodoros, faz-se uma pausa mais longa de 15 a 30 minutos", sugere a docente.

Além disso, técnicas como o mindfulness reduz a ansiedade e melhora o foco. O cuidado com a saúde física, como visitas periódicas ao médico e dentista, também é essencial para prevenir e tratar problemas de saúde. Incorporar essas práticas não apenas corrobora para um quadro de vida melhor, mas ajuda no desempenho profissional, pois cria-se uma atmosfera de bem-estar, tendo como base o equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional.

Desafios da baixa autoestima

A insegurança e o medo de falhar são fatores paralisantes que inibem a iniciativa e a inovação. Dificuldade em aceitar críticas pode levar a conflitos e resistências com relação aos eventuais feedbacks negativos. Relacionamentos interpessoais complicados surgem da dificuldade em estabelecer boa comunicação e conexões saudáveis com colegas. A procrastinação, decorrente da falta de confiança em concluir tarefas, é outro problema comum. "Para quem busca ser mais autoconfiante na vida pessoal e profissional, algumas dicas podem fazer a diferença", aconselha Miriam.

Estresse e ansiedade elevados impactam negativamente a saúde e o desempenho, tornando-se um círculo vicioso difícil de quebrar. Para aqueles que enfrentam esses desafios, estabelecer metas realistas, buscar autoconhecimento, praticar a autoaceitação, buscar feedback construtivo, aprender novas habilidades e cuidar da saúde física e mental são passos importantes para construir confiança e promover o desenvolvimento pessoal e profissional.

A autoestima não é fixa e pode ser desenvolvida ao longo do tempo. As lideranças desempenham um papel crucial ao criar ambientes de trabalho que promovam o bem-estar dos colaboradores. Isso inclui oferecer suporte emocional, oportunidades de desenvolvimento profissional e um ambiente inclusivo e respeitoso. "Precisamos entender que autoestima e autocuidado não são luxos, mas necessidades para um desenvolvimento profissional sustentável e saudável", conclui a professora.