04.10.2024 Atualidades
No dia 24 de setembro, ocorreu a 79ª reunião da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, Estados Unidos. No encontro, diversos líderes de estado debateram temas importantes para a humanidade e sociedade. Por conta disso, conversamos com a coordenadora de Relações Internacionais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Fernanda Brandão, para entender quais foram os principais destaques da reunião global.
A Organização das Nações Unidas (ONU) é a soma dos seus estados membros. Ela não é uma forma de governo mundial. Os Estados são soberanos. A ONU pode fazer recomendações através de resoluções, mas quem as põe em prática ou não são os estados membros.
Criada após a Segunda Guerra Mundial, a ONU tem o objetivo de promover a paz, a cooperação e a segurança internacional. “O objetivo da organização é criar um espaço de diálogo, debate e negociação onde os países possam resolver conflitos e questões de forma pacífica tornando o uso da força menos recorrente na política internacional”, destacou a professora.
“As Assembleias gerais acontecem de forma anual com o objetivo de promover a discussão e o diálogo entre os países sobre importantes questões da política internacional sob o comando do seu secretariado e oferecer resoluções que fazem recomendações sobre os temas debatidos”, completou.
Na 79ª reunião da Assembleia Geral, diversos assuntos relacionados aos dilemas atuais da política internacional foram tratados, como: os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e o respeito aos direitos humanos em meio aos conflitos internacionais; a reforma da Carta da ONU e das organizações do sistema ONU, com o objetivo de tornar a organização mais representativa e democrática; a regulação da inteligência artificial; condições econômicas mais estáveis globalmente para a promoção do desenvolvimento econômico.
Nesta reunião, os estados se comprometeram em intensificar o uso da diplomacia para a resolução dos conflitos atuais, investir no desenvolvimento sustentável da economia global, adoção de políticas para a contenção do avanço do aquecimento global, além do compromisso dos países em cooperar para a redução da desigualdade tecnológica e digital global.
A questão climática é um problema que se impõe a todos os países, ou seja, de ação coletiva. “Não adianta apenas um país reduzir as emissões de carbono, todos os países precisam fazê-lo. Porém, isso envolve muitas mudanças, é um processo complexo. Todas essas mudanças esbarram em problemas sociais, interesses de diferentes grupos e elites econômicas, desenvolvimento de novas tecnologias, além das questões dos ciclos eleitorais em democracias, tornando o processo longo”, disse.
“Em caso de conflito internacional, o papel da ONU é, principalmente, criar meios para a resolução pacífica para o conflito criando espaços de negociação ou coordenar ações e sanções entre os diferentes países membros com o objetivo de levar as partes agressoras à mesa de negociação”, destacou Brandão.
Para finalizar, Fernanda ressaltou sobre as providências que a ONU tem com países que não seguem os meios ditos. “A ONU não toma providência contra nenhum membro por si mesma. O secretariado da organização pode fazer declarações ou tentar levar os países a discutirem sobre um determinado tema que seja de importância no momento. O que pode acontecer é os países membros chegarem a uma resolução para aplicação de sanções contra os países que não cumprem as metas estabelecidas, mas, novamente, quem vai aplicar as sanções são os estados membros”.