Docente do Mackenzie analisa nova medida do TikTok para proteger jovens

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“Não podemos proibir, mas podemos orientar”, explica a especialista 

06.03.2023


O TikTok, um dos aplicativos mais populares entre jovens em todo o mundo, anunciou recentemente uma medida que restringe o uso da plataforma a apenas uma hora por dia para usuários com idades entre 13 e 17 anos. A iniciativa surge em meio às crescentes preocupações sobre os efeitos negativos do uso excessivo de redes sociais na saúde mental dos jovens. 

Para a professora do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Ana Lucia Lopes, o uso excessivo de qualquer aplicativo pode viciar e gerar falta de concentração, causar alienação do mundo e afetar aspecto cognitivos. 

“As redes sociais estão aí para todos, especialmente para os jovens que nasceram nessa era digital, mas é preciso propagar iniciativas educativas para o uso assertivo e ético na vida social. Caso contrário, ele viverá uma segunda vida, uma vida fora da realidade”, frisa Ana Lucia. 

Segundo ela, o uso das redes sociais é positivo em alguns momentos, por exemplo quando há produção de conteúdo voltada para fins acadêmicos. Entretanto, em sua grande maioria a plataforma caminha para um looping nocivo, incentivando a cultura da dancinha que gera exposição, autocobrança com relação a estética, conteúdos pejorativos e sensíveis. 

Ela comentou que, ao lançar essa iniciativa, o TikTok explicitou a finalidade de controlar o uso excessivo da ferramenta, mas não deixou tão claro como funcionará na prática. A empresa apresentou duas opções: supervisão dos responsáveis a conta; ou com o próprio adolescente medindo o seu tempo de uso. “Me parece ser uma medida interessante, mas precisa ser aprimorada, para que não fique a critério de quem queremos proteger. Não adianta nada criarmos uma campanha que não gere impacto”, pontua a professora.  

A docente diz ser fundamental promover a educação digital aos jovens para que eles entendam as implicações do uso excessivo da plataforma, e também educar os pais sobre o tema. “Não podemos proibir, mas podemos orientar”, explica Ana Lucia. 

Para ela, não é momento para criar uma opinião final sobre a atualização do aplicativo. É necessário esperar e analisar os impactos reais, novos dados e mais informações da empresa sobre essa atualização.