30.10.2019 Eventos
Na manhã do dia 30 de outubro aconteceu a abertura do evento II Encontro Internacional de Direito Administrativo Contemporâneo e os Desafios da Sustentabilidade: Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis e a Nova Agenda Urbana, no auditório do MackGraphe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Higienópolis.
O encontro, que continua nos dias 31 de outubro e 01 de novembro, foi organizado pelos grupos de pesquisa da Faculdade de Direito (FDir) Mack Cidade, Direito Administrativo Contemporâneo, Direito e Sustentabilidade, Políticas Públicas como instrumento de efetivação da cidadania, com apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU).
Segundo a professora da FDir, coordenadora do Mack Cidade e uma das organizadoras do evento, Lilian Regina Gabriel Moreira Pires, o objetivo do encontro é unir a Universidade, o poder público e o mercado, “para discutirmos toda essa profusão de tecnologia existente e como isso vai ser aplicado no ambiente das cidades e de forma que essas cidades alcancem a democratização e se tornem humanas”, explica ela.
Além disso, o encontro discute os objetivos estipulados pela agenda 2030 da ONU, objetivos de desenvolvimento sustentável “frente a toda essa tecnologia, que é apresentada como um modo de melhorar a vida das pessoas”, pontua a professora da FDir. Outra preocupação do evento é discutir o espaço no território urbano de maneira clara, com um diálogo inteligente, com o intuito de conseguir uma cidade humana, democrática e sustentável.
Convidada para falar na mesa da abertura, Marianna Sampaio, secretária adjunta da Secretaria de Inovação e Tecnologia da Prefeitura de São Paulo, diz que uma das preocupações da prefeitura é usar a inovação e tecnologia como ferramentas e instrumentos para melhorar a vida das pessoas e da cidade, além de reduzir as desigualdades. “Acho muito importante termos isso em mente, porque a tecnologia não pode virar um fim em si mesma, não podemos querer introduzir a tecnologia em qualquer território, mesmo porque a tecnologia, sozinha, não só reproduz desigualdades, como acelera sua reprodução”, diz Marianna.
Jônatas de Paula, representante da ONU Habitat, também esteve na abertura do evento e, tratando sobre a urbanização como um fenômeno mundial, explica que a ideia de seu trabalho na ONU é discutir, dentro do sistema da Organização, os sistemas urbanos. “Nós trabalhamos em cooperação técnica com os governos, então buscamos trazer esses temas de inovação, cidades inteligentes, mas também de inclusão para os nossos trabalhos com nossos projetos”.
Questionado de como lidar com esse tema de tecnologia em um país em desenvolvimento e com desigualdade, o representante da ONU pontua que, além de focar na tecnologia e seus sistemas caros de serviços urbanos, é importante que, “especialmente em um país como o Brasil, utilizemos a tecnologia para gerar inclusão social e formas mais eficientes de participação”.
Discussão em ambiente acadêmico
Para Marianna, trazer o assunto para a Universidade é fundamental, afinal é necessário construir as políticas públicas em conjunto a outros setores. “Quando a universidade também se dispõe a discutir com o poder público, são mais pessoas dispostas a dialogar e trocar experiências”.
André Gomyde, presidente do Instituto Brasileiro de Cidades Inteligentes e Humanas de Brasília, parabenizou o Mackenzie por trazer essa discussão para o ambiente acadêmico e também por “proporcionar aos alunos a oportunidade de conhecer esse mercado, que está em alta no mundo”. Já o representante da ONU exaltou a importância de estar próximo ao ambiente acadêmico, um local de novas ideias, que constantemente levanta discussões pertinentes sobre os problemas sociais e políticos.
O evento continua nos dias 31 de outubro e 01 de novembro, no auditório do MackGraphe (5º andar). Não há necessidade de inscrição prévia. Confira a programação no link.