04.04.2019 Esporte
“Eu tinha três anos quando tive meu primeiro contato com cavalo. Montei em um pônei e não queria descer mais”, conta a atleta de hipismo, Giullia Atrasas Bolson, aluna do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) de Brasília. Com apenas 11 anos, a amazona e sua parceira, a égua SL Bali III, da raça brasileiro de hipismo, estão atrás de uma vaga para o Campeonato Sul-Americano da Juventude 2019, que acontece no Paraguai, de 16 a 22 de setembro.
Quando completou cinco anos, a mackenzista começou a praticar o esporte. Depois de seis meses tendo aulas individuais, Giullia foi convidada para fazer o teste na escola de hipismo. Desde então, virou uma revelação no esporte e passou a participar de competições na categoria do salto. Apaixonada por cavalos desde pequena, diz se sentir emocionada e muito feliz quando está competindo. “Às vezes as coisas não dão certo. Mas eu sempre aprendo com meus erros e a cada dia melhoro e me dedico mais ao meu esporte”, comenta Giullia.
A aluna do CPM faz parte do grupo Pré-Mirim, no qual atletas de 11 a 13 anos competem com obstáculos de 1,10m a 1,20m de altura. Neste mês, a atleta de hipismo se prepara para garantir uma vaga no Sul-Americano na seletiva da Sociedade Hípica Paulista que acontece em São Paulo nos dias 12, 13 e 14 de abril. Até agora, na somatória de pontos, Giullia está no 3º lugar da disputa. Os três primeiros garantem vaga para a competição internacional que ocorre no Paraguai.
Educação e esporte
Giullia, assim como outros atletas, segue à risca sua rotina de treinos. Em períodos normais, a mackenzista pratica quatro vezes por semana; já em época de campeonato os treinos passam a ser de cinco a seis vezes por semana. Para que ela possa seguir em sua rotina disciplinada de treinos, as coordenações de segmento do Mackenzie dão todo suporte necessário para que a aluna não prejudique sua formação acadêmica, oferecendo provas substitutivas em horários adaptáveis e, em muitas das ocasiões, os conteúdos e deveres de casa são enviados via e-mail, principalmente quando o período da competição é longo.
Como explica Adailton Scander, professor de Educação Física do CPM Brasília, “normalmente, já é oferecido o GAP (Grupo de Apoio Pedagógico) aos estudantes em horários de contraturno. A compreensão dos professores e o apoio da equipe do segmento junto à vontade em ajudar é irrestrita”, afirma.
É impossível separar o Mackenzie e o esporte. Na história da instituição, muitos atletas foram revelados e a educação e a prática esportiva sempre caminharam de mãos dadas. Mas como o esporte pode contribuir para o desenvolvimento do aluno na sala de aula, e vice-versa? Scander diz que as capacidades cognitivas usadas no esporte são facilmente transferidas para uma aprendizagem de outras disciplinas. A tomada de decisão no desenvolvimento da solução de uma problema muitas vezes pode ser treinada numa modalidade esportiva.
“Na vida quase tudo que aprendemos em sala de aula podemos por prática com os esportes. A área de exatas com a matemática, física, química e biologia são corriqueiramente usadas no movimento corporal. Códigos e linguagens nos mostram em momentos de exposição pessoal e viagens que se faz necessária a sua aprendizagem”, exemplifica. Ainda segundo o professor, o estímulo ao esporte é vital para o crescimento do cidadão como um ser global. “O esporte além do físico e motor, desenvolve também outras habilidades como a emocional, a cognitiva e a social”, explica.
Liberdade de uma amazona
Questionada sobre qual seria a melhor parte de se praticar hipismo, a atleta responde sem pensar duas vezes: “tudo, amo muito! A minha sensação é de felicidade, liberdade e tranquilidade”. Giullia coleciona algumas conquistas: no ano de 2018, a mackenzista foi bi-campeã brasiliense individual e a 2ª do ranking em Brasília na categoria mini-mirim, disputada por crianças de 8 a 11 anos, competindo com obstáculos de 1m a 1,05m.
Ainda na mesma categoria, ocupou a 3ª posição individual no Campeonato Brasileiro, ranking da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Hoje, sua maior vontade como amazona é chegar às olimpíadas, ter mais cavalos e saltar 1,60m - altura alcançada por um atleta da categoria sênior de 18 anos. “Esse é o sonho da minha vida”, finaliza Giullia.