14.12.2020 - EM Mundo
No dia 14 de dezembro, aconteceu a abertura do XII SIIU SÃO PAULO/LISBOA 2020 – Seminário de Investigação Internacional em Urbanismo, que reúne pesquisadores de países latino-americanos e europeus e suas respectivas comunidades acadêmico-científicas para discutir temas relacionados à área do Urbanismo.
O Seminário é realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (POSURB-ARQ) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas) e Universidade de Lisboa (ULisboa). Além disso, conta com a parceria da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), idealizadora do SIIU.
A abertura contou com a presença de Angélica Benatti Alvim, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UPM; Carlos Dias Coelho, presidente da Faculdade de Arquitetura da ULisboa; Eunice Helena Abascal, professora da PPGAU e membro da comissão organizadora; João Pedro Costa, professor da ULisboa; e Joaquín Sabaté, idealizador do SIIU. No evento, foram apresentadas a concepção e estrutura do Seminário e sua relevância para a área de Arquitetura e Urbanismo.
Origem
O seminário nem sempre teve a atenção de toda a comunidade de ensino e pesquisa. Lá em 2007, ele surgiu a partir de uma iniciativa modesta, pensada para que os estudantes de mestrado e doutorado da Universidade Politécnica de Catalunha (UPC) tivessem a oportunidade de debater e enriquecer seus trabalhos. “Mas, com o tempo, os encontros foram atraindo a atenção de muitas universidades, até se converter em eventos que reúnem diversos pesquisadores de todo o mundo”, conta Sabaté.
Desde 2013, o evento transita pela América Latina, sempre em um formato muito similar. Universidades da Argentina, Uruguai, Colômbia e Chile já foram sedes do seminário. “Essa vontade de cruzar o Atlântico levanta uma questão muito importante: a de saber se pode existir uma agenda comum de investigação em um universo tão diversificado de profissionais de diferentes cantos da América do Norte, América Latina, Europa e Ásia”, pontua Sabaté.
As diferenças territoriais
Como explica o idealizador do seminário, o objeto fundamental de estudo - a cidade e o urbano - está submetido a diferentes lugares do planeta e a oscilações bem distintas quando não opostas. “Em um mundo cada vez mais globalizado, as preocupações e os problemas mais graves afetam diferentes partes do planeta”, pontua.
Mesmo com as notáveis diferenças entre os países, muitos territórios metropolitanos europeus e do outro lado do Atlântico estão submetidos a desafios e oportunidades similares. Entre os desafios mais relevantes estão: mudança climática, a necessidade de uma sociedade solidária e saudável, a explosão da cidade em território, a crescente demanda por mobilidade e a aceleração das desigualdades sociais e econômicas em um mundo urbanizado.
“Isso nos obriga a repensar nossas próprias bases disciplinares em um quadro de incerteza; porque, embora esses desafios digam respeito a várias dimensões (social, econômica, política), eles afetam e são afetados pelo planejamento urbano”, explica Sabaté.
A importância do debate
Mesmo em meio à pandemia, as universidades continuaram oferecendo conteúdos e espaços para discussões, como no caso do Seminário, que seria realizado presencialmente, mas teve de ser adaptado ao meio digital devido à pandemia da covid-19. “No período pós-pandemia, vamos verificar que nem tudo voltará a ser o que era antes. Abriram-se uma quantidade de portas inovadoras que irão certamente coexistir e conviver com os procedimentos a que estávamos habituados no passado”, reflete Dias Coelho.
De acordo com Eunice, a maior contribuição do Seminário é apresentar aos pesquisadores diferentes perspectivas de análise do urbanismo, por meio de uma reflexão compartilhada. Segundo o diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, esses eventos garantem um espaço de troca de ideias, o que permite uma melhor difusão do conhecimento e sobretudo a abertura de linhas para investigações futuras.
“A área da Arquitetura e do Urbanismo tem se deparado, nos últimos anos, com questões novas e problemas de várias ordens para os quais não estávamos preparados. Mas com a investigação mais avançada, podemos transformar o cenário em oportunidades”, pontua ele.
“Como em ocasiões anteriores, esse novo encontro em São Paulo levanta a possibilidade de propor uma agenda comum de pesquisa, e isso acontece em um momento em que muitos se perguntam como as cidades e a sociedade evoluirá em um momento com tantas incertezas”, finaliza Sabaté.