24.07.2018 - EM Esporte
O dia 07 de julho foi inesquecível para Jady Malavazzi, quando a atleta de paraciclismo conquistou a medalha de prata pelo Brasil na etapa holandesa da Copa do Mundo na categoria Handbike WH3. A esportista, que é patrocinada pelo Mackenzie, pedalou (com as mãos) por cerca de 50 km em alta velocidade e completou o percurso em 1h28min (para saber mais, clique aqui).
Recentemente, Jady recebeu nova bicicleta do Mackenzie e a ferramenta colaborou muito para seu desempenho, mas é o esforço contínuo da atleta e toda sua equipe de apoio que traz os maiores resultados para ela que é considerada a “novinha” entre as competidoras.
Para conhecer mais a respeito de seu treino, preparação e superação, conversamos com Jady após sua vitória e você confere o papo na íntegra abaixo:
Como foi sua preparação para esta competição, em especial a etapa na Holanda?
A preparação para essa temporada começou no final de 2017 e vem num crescente em todos os aspectos. São muitos quilômetros rodados por semana, treinos de musculação, recuperação com fisioterapia, massagem, liberação miofascial (técnica que trabalha a fáscia, membrana do tecido conjuntivo, e ajuda a relaxar e alongar os músculos), etc.
Também há a preparação nutricional, que neste ano está muito bacana e bastante rigorosa, visando perder gordura, ganhar músculo e, ao mesmo tempo, não ganhar muito peso, porque qualquer grama extra pode ser uma desvantagem numa prova decidida por segundos. Este ano tem sido bom por eu estar livre de lesões, que atrapalharam no ano passado.
Além disso, faço trabalho com a psicóloga, ação muito importante para ajudar na concentração durante os treinos e prova, estabelecer condutas, metas e me ajuda demais em focar como atleta.
O que este resultado representa em sua carreira?
No ano em que todos dão o “start” no ciclo paralímpico e um mês antes do Campeonato Mundial, o resultado nessa prova representa uma grande conquista, pois mostra que estamos no caminho certo para conquista do ouro paralímpico em 2020. Acho que todos da equipe ficaram muito felizes com esse resultado, e me dá mais tranquilidade para o Campeonato Mundial e o restante da temporada.
Como a nova bike ajudou na sua conquista?
Os mínimos detalhes fazem a diferença e um bom equipamento é indispensável para estar entre as melhores do mundo. Sem dúvida nenhuma, além de toda a preparação e os treinos, o equipamento pode ser um fator decisivo na conquista do resultado desejado.
Nessa etapa ficou claro, por exemplo, que eu fazia as curvas com muito mais rapidez que todas as outras atletas por conta dos diferenciais da minha nova handbike. E, lógico, utilizei isso ao meu favor! No último quilômetro da prova, havia quatro curvas antes da linha de chegada e, logo na primeira delas, pude ultrapassar todas as atletas que estavam no grupo. Nas curvas seguintes, fui conseguindo abrir certa distância e terminar em segundo lugar.
Esse foi meu melhor resultado em Copas do Mundo! E, realmente, a nova bike foi muito importante!
Com quantas atletas você competiu?
Foram nove atletas, incluindo algumas campeãs mundiais e paralímpicas. O nível está muito alto, mas aos poucos estamos conseguindo chegar mais perto e acompanhar as outras atletas. Competir com as melhores do mundo tem sido uma oportunidade de muito aprendizado.
Qual foi a maior dificuldade encontrada nesta etapa?
O ritmo da prova foi muito forte o tempo todo. Foram 50 km pedalando (com os braços) numa velocidade média de 34km/h. Muitas vezes, achei que não ia aguentar me manter no pelotão.
Por eu ser a “novinha” do grupo, outra dificuldade é ganhar o respeito das atletas veteranas, que são campeãs mundiais e paralímpicas. Essa parte não foi nada fácil. Mas, de certa forma, tenho de brigar e conquistar meu espaço no pelotão. Foi isso que eu fiz na prova de estrada e deu tudo certo! Estou realmente muito feliz com essa medalha!