07.04.2020 - EM Saúde e Bem-Estar
Saber ler é uma prática necessária para a formação cidadã de uma pessoa e, apesar da maioria da população depender puramente da visão para fazê-lo, esta não é a única forma. Nesta quarta-feira, 08 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Sistema Braile que, há quase dois séculos, permite pessoas com deficiência visual exercitarem a prática da leitura, por meio tato. Desta forma, além de poderem se adaptar melhor à sociedade e absorver conhecimento e conteúdo variado, as pessoas com deficiência (PCD) exercem ainda mais a sua cidadania.
O sistema de leitura para cegos foi criado pelo francês Louis Braille. Deficiente visual, ele criou o sistema após adaptar um código usado por militares na época de Napoleão Bonaparte. O código “noturno” usava pontos em relevo, mas era considerado muito complexo pelos soldados. Braille então adaptou o sistema, tornando-o mais acessível.
No Brasil, a data escolhida lembra o nascimento de José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil, e um dos responsáveis por trazer o Braile para o país, e tornar a linguagem difundida nas escolas brasileiras.
A relação do Sistema Braile com a educação é tão importante que o Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) possui um trabalho especial voltado para adaptar diversos materiais para que pessoas com deficiência visual sejam incluídas nos processos de aprendizagem.
A professora do CPM, Maria Angélica De Paula Couto, auxiliar de Inclusão do CPM de Higienópolis, é a responsável por transmitir os conteúdos escolares para processos de aprendizagens técnicos, como a audiodescrição, adaptação de materiais e transcrição para o Braile.
“Não pensamos somente na inclusão escolar, mas também na inclusão social. Trabalhos para que nossos alunos, não somente os deficientes visuais, mas todos tenham mais autonomia em seu cotidiano”, explica Maria Angélica.
Além das adaptações, o CPM procura sempre desenvolver ações com os alunos para promover um aprendizado constante sobre inclusão e solidariedade. Dentre as atividades, a professora Maria Angélica menciona que já foi realizada uma disciplina de robótica, na qual os alunos desenvolveram diversos materiais relacionados com a acessibilidade. Além disso, já houve a oferta do curso de Braile Básico para os alunos do Ensino Fundamental.
“Nossos alunos se tornaram pessoas mais solidárias, praticam a empatia, estão a postos sempre que preciso para ajudar, não somente em relação às pessoas com deficiência, mas no todo”, conclui a auxiliar de inclusão do CPM sobre os benefícios da interação e conhecimento diversificado entre todos.