Hospital Mackenzie tem o único Banco de Multitecidos Humanos do Brasil

A instituição trabalha com todos os tipos de tecidos para transplante, como pele, ossos, córnea e válvulas cardíacas

18.02.2025 - EM

Comunicação - Marketing Mackenzie

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Líder nacional em doações e transplantes, o Paraná também subsidia outros estados brasileiros ao contar com o único banco do país a trabalhar com todos os tecidos disponíveis para transplante. O Banco de Multitecidos Humanos do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) capta, processa e distribui tecidos musculoesqueléticos, cardiovasculares, oculares e pele. 

Além dos órgãos inteiros, diversos tipos de tecidos humanos podem ser doados e transplantados. Diferente dos órgãos, que vão diretamente de um doador para um receptor, os tecidos precisam ser processados em um banco de tecidos, podendo ser armazenados por um período maior até a utilização. As córneas permanecem aptas por 14 dias, os tecidos oculares por quatro meses, os tecidos cardiovasculares duram um ano e a pele humana pode continuar armazenada sem perda das características por até dois anos.

O Hospital Mackenzie fechou 2024 com o melhor desempenho desde que o Banco de Multitecidos iniciou suas atividades há 4 anos. Foram 552 tecidos captados no ano passado e cada captação pode atender mais de um paciente que aguarda por transplante. Desta maneira foram beneficiados 727 pacientes, de nove diferentes estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

“São números expressivos, que demonstram a relevância de nosso banco de tecidos. A distribuição para 727 pacientes durante o ano significa em média duas pessoas beneficiadas todos os dias”, explica o diretor geral do HUEM, Dr. Tiago Tormen.

Do total de tecidos distribuídos pelo Hospital Evangélico Mackenzie em 2024, 55% são tecidos oculares, 23% cardiovasculares, 13% musculoesqueléticos e 9% pele humana.

Recomeço

Os tecidos captados pelo banco salvam vidas e proporcionam recomeços, como no caso dos médicos Pedro e Rafaela Sferelli - pai e filha. Eles sofreram queimaduras graves após a explosão de um sistema de gás na residência da família e ficaram com cerca de 70% do corpo queimado.

Ambos ficaram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição, passaram por cirurgias, e hoje vivem sem sequelas. A recuperação foi possível graças aos transplantes de pele, realizados com materiais do Banco de Multitecidos Humanos. "Eu tive queimaduras de segundo e terceiro graus nos membros superiores, tórax e especialmente nas pernas. Nós chegamos a ter somente 2% de chance de vida durante dois meses", relembra Pedro.

Todos os tecidos utilizados nos transplantes são captados a partir de doações de pessoas que foram a óbito, mediante autorização dos familiares. "Com uma única doação de um ente querido que faleceu, em que a família se solidarizou e doou os órgãos, diversas pessoas ganham a chance de continuar suas vidas", destaca o médico Leon Grupennmacher, responsável pelo Banco de Multitecidos Humanos do Mackenzie.

Coração

A instituição é a única no país que distribui valvas cardíacas. Em média, 15 pacientes por mês recebem valva cardíaca humana no Brasil, a maior parte recém-nascidos que apresentam alguma anomalia congênita. O Banco de Multitecidos do Hospital Mackenzie recebe anualmente cerca de 200 corações doados para captação de valvas cardíacas, que são minuciosamente avaliadas macroscópica, microbiológica e sorologicamente, antes de serem liberadas para uso terapêutico.

A prioridade na doação de coração é para os transplantes dele inteiro, como órgão sólido. Todavia, em algumas situações, como incompatibilidade biológica ou logística com os receptores da fila, estes corações podem ser doados para captação das valvas cardíacas. 

O Hospital Mackenzie é uma das poucas instituições no país que detém a técnica de descelularização das válvulas cardíacas, que consiste na retirada de todas as células da válvula do doador falecido, por meio de um tratamento químico, o que aumenta a durabilidade do enxerto, beneficiando principalmente pacientes infantis e jovens.

Centro transplantador

Além de contar com o único banco do país que trabalha com todos os tecidos humanos, o Hospital Evangélico Mackenzie também realiza transplantes em sua sede principal. Foram 146 procedimentos em 2024, dos quais 62 transplantes oculares, 47 de fígado e 37 de rim - uma média de um transplante a cada 2,5 dias na instituição.  

O policial militar Erick Vilhena, 38 anos, se mudou de Macapá (AP) para Curitiba (PR) com intuito de tratar seu problema no rim diagnosticado em 2020. Em outubro de 2024, ele passou por transplante renal na unidade especializada do Hospital Mackenzie e segue fazendo consultas semanais de acompanhamento.

“É uma sensação inexplicável, fiquei muito feliz e estou me recuperando bem. Minha vida mudou para melhor. Poder fazer o transplante melhora e muito a qualidade de vida dos pacientes. Fui muito bem atendido, tanto pela equipe de médicos quanto pela equipe de enfermagem”, destaca Vilhena.

A fisioterapeuta Bruna Marques, 30 anos, vive no município da Lapa, há 62 km de Curitiba. Em março do ano passado começou a apresentar icterícia e passou 10 dias internada em uma unidade de sua cidade, até ser transferida para o Hospital Mackenzie, na capital. Realizou exames e descobriu uma cirrose hepática e a necessidade de transplante de fígado.

Em junho, ela realizou o transplante com sucesso. “É muito gratificante, saber que estou tendo mais uma chance de viver, que uma família na sua maior dor pensou na dor de outras pessoas e serei grata por eles para sempre. Estou muito bem hoje, e faço acompanhamento mensal no hospital, onde sempre sou muito bem tratada”, conta Bruna.

Histórias como as de Erick e Bruna são possíveis graças a instituições que abraçam a causa dos transplantes e principalmente à generosidade de famílias doadoras. A doação de órgãos é um ato de amor que transforma vidas.