O mês de agosto, revestido de laranja, chama a atenção a conscientização e mobilização na luta contra a Esclerose Múltipla. Conhecer mais sobre a doença é o primeiro passo para um diagnóstico precoce, oferecendo uma trajetória mais suave aos pacientes e reforçando a mensagem de que a informação é a arma mais eficaz contra as doenças crônicas.
Conversamos com o professor de Neurologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), Carlos Roberto Caron, para ressaltar a importância dessa conscientização.
De acordo com o especialista, a Esclerose Múltipla é relativamente comum no Brasil, afetando cerca de 40 mil pessoas. Ele destaca que a doença é crônica e autoimune do sistema nervoso central, podendo afetar a comunicação entre o cérebro e o corpo. Por isso, os sintomas podem variar amplamente entre os pacientes.
O neurologista afirma que a causa da doença vem de uma combinação de fatores, incluindo predisposição genética e fatores ambientais, tais como infecções virais, deficiência de vitamina D, tabagismo e obesidade. Ao ser questionado a respeito do diagnóstico precoce, Caron pontua que os sintomas variam, podendo envolver fraqueza muscular, formigamento, problemas de coordenação, dificuldades de equilíbrio, visão turva.
Ele ainda alerta que caso se note algum destes sintomas, “deve-se procurar, com o máximo de brevidade, por um profissional médico que possa avaliar se os sintomas estão relacionados a uma doença como a Esclerose Múltipla”, diz. Para isto, normalmente são feitos exames de Ressonância Magnética de Encéfalo, exames de sangue ou até mesmo de líquor.
“O mais importante é lembrar que o diagnóstico precoce, o acompanhamento médico regular e o tratamento adequado podem ajudar a controlar os sintomas de forma muito satisfatória, melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes no longo prazo”, salienta Caron.
Em relação ao tratamento da Esclerose Múltipla, o especialista explica que os métodos visam o controle dos sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida. Ele ressalta que, apesar do seu elevado custo, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece os medicamentos mais importantes para o tratamento desta doença. Os tratamentos podem incluir:
- Terapias Modificadoras da Doença (TMDs): Medicamentos que reduzem a frequência e a gravidade das recaídas, além de atrasar a progressão da EM. Existem diferentes tipos de TMDs, como injetáveis, orais e infusões.
- Tratamento dos sintomas: Dependendo dos sintomas apresentados, podem ser prescritos medicamentos para aliviar a fadiga, espasticidade, dor, problemas de coordenação, entre outros.
- Terapia Física e Reabilitação: Exercícios físicos, terapia ocupacional e fisioterapia podem ajudar a melhorar a mobilidade, a força muscular e a coordenação.
- Suporte Psicológico: O apoio emocional é importante, e muitos pacientes podem enfrentar desafios emocionais devido à natureza crônica da doença.
“É importante a conscientização sobre a Esclerose Múltipla porque conhecer mais sobre ela faz com que, na vigência de sintomas compatíveis, se procure o quanto antes o apoio médico para um diagnóstico precoce”, conclui Caron.