O Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) de Palmas não para. Desde 2020, o CPM da capital do Tocantins tem planejado e executado uma série de projetos de impacto para o corpo discente, com o apoio e a orientação da diretora da unidade, professora Adriana Regina de Lima Dantas.
O Mack Esporte, os laboratórios funcionais e o Espaço Maker, com previsão de inauguração para o segundo semestre, são as grandes novidades do CPM Palmas. Esses espaços permitirão que os alunos se aproximem ainda mais do esporte e da ciência, importantes pilares da educação mackenzista. Embora sejam frentes de trabalho que, à primeira vista, parecem distantes entre si, há muitos pontos em comum nesse universo. Entre eles, o trabalho em equipe, a colaboração e o aprimoramento de soft skills — necessários tanto em quadra quanto em um laboratório como um ponto de conexão.
As novas ferramentas surgem após os dois anos de ensino remoto que marcaram a pandemia. Segundo os professores, esse aspecto torna a inovação ainda mais necessária e desafiadora. “Alguns estudantes nunca tinham tido o contato com iniciativas pedagógicas desse tipo. Sobretudo após dois anos de ensino remoto/híbrido, modalidade de ensino completamente diferente daquilo que tinham o costume. Fomentar a cultura da inovação e da resolução de problemas tem sido um desafio”, afirma Danúbia Vieira, professora de Matemática e uma das responsáveis pelo Espaço Maker.
Ciência interdisciplinar
Foi-se o tempo em que se acreditava que, para ser cientista, era preciso dominar disciplinas isoladas. A conexão entre saberes de diferentes áreas é cada vez mais valorizada como ingrediente fundamental do fazer científico, e o Mackenzie aposta nessa concepção. No Espaço Maker, alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio desenvolvem projetos que misturam elementos de tecnologia, sobretudo informática e eletrônica, ao design. “O espaço é ligado à área de STEAM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Com ele, reforçamos a necessária interdisciplinaridade para a compreensão do mundo e o exercício pleno da cidadania. Os conhecimentos ligados às artes, entendidas como humanidades e design, evidenciam a relevância de habilidades humanísticas e comportamentais, como a criatividade e o pensamento crítico”, destaca Rafaella Ercolin. “Queremos preparar os estudantes para os desafios que enfrentarão como cidadãos e para o mercado de trabalho, pois nesse processo de ensino os estudantes aprendem a colaborar uns com os outros”, completa.
Os alunos são apresentados a projetos práticos, que requerem o intercâmbio entre diferentes componentes curriculares e o trabalho em equipe. “O Espaço Maker no CPM Palmas é o lugar em que o estudante é levado a entender um pouco da contextualização do tema proposto, na execução que chamamos de ‘mão na massa guiado’ pelos professores. São projetos interdisciplinares, usando a tecnologia, a inovação, as ciências, a matemática, a engenharia, as artes, a reciclagem de produtos e outros materiais”, explica a professora Danúbia. O Espaço Maker é um projeto em implementação. “Parte dos materiais já chegaram e estão sendo colocados em prática nas aulas de Cultura de Inovação e STEAM”, conta Robert Soares Júnior, um dos docentes responsáveis pelo espaço.
A implementação do Espaço Maker começou em 2021, quando os professores fizeram o treinamento para o projeto, com base no Espaço Maker do CPM Higienópolis, em São Paulo. “No momento, nosso Espaço Maker tem funcionado nas salas de aula. Trabalhamos com os alunos do Fundamental II até a segunda série do Ensino Médio”, explica o professor. No Ensino Fundamental, os conteúdos são trabalhados no componente curricular de Cultura de Inovação, e no Ensino Médio, os alunos têm aulas de Eletrônica, Design e conceitos de Iniciação Científica. “Essa proposta é essencial para a formação científica e tecnológica de nossos alunos. Ao conhecer alguns dos conceitos básicos de Programação em Blocos e Eletrônica, entre outros conteúdos, temos tido gratas surpresas, porque eles vão muito além do que é proposto em sala”, comemora.
Além do Espaço Maker, os alunos do CPM Palmas também têm contato extra com a ciência em laboratório. “Com a implementação do laboratório de Química, Física e Biologia, o objetivo será proporcionar aos estudantes a avaliação de materiais e processos físico-químico e biológicos de forma palpável, ao mesmo tempo que discutem os conceitos teóricos e se utilizam de um lugar apropriado para um ensino-aprendizagem com qualidade. Os estudantes têm a oportunidade de trabalhar em equipe e aprender de maneira interessante e descontraída”, define a professora Rafaella, que leciona Química e Cultura da Inovação.
Formação e conquistas em quadra
O Mack Esporte, tradicional divisão dos colégios, precisou ser adiado por causa da pandemia. “O Mack Esporte estava sendo preparado desde 2020, porém, uma semana antes de começar, veio a pandemia e nosso tão sonhado projeto foi adiado. Mas, com a graça de Deus e seguindo todos os protocolos sanitários, em setembro de 2021 iniciamos nosso projeto”, diz Tércia Franco, professora de Educação Física do CPM Palmas. Nessa etapa do projeto, o objetivo é criar turmas de alunos iniciantes. “Com isso, no futuro poderemos contar com times de treinamentos para representar o Colégio Mackenzie de Palmas em competições regionais”, explica.
Iniciante, o Mack Esporte tem muitos desafios pela frente, mas sonha alto. A agenda de treinos ainda é limitada pelo fato de o Colégio dispor de apenas uma quadra para os treinos e as aulas de Educação Física. “Como estamos iniciando, nós ainda não participamos de nenhum torneio. Porém, temos nosso Inter Mack, o torneio interno entre alunos, que aconteceu entre os dias 27 e 29 de junho de 2022”, comemora a professora.
Atualmente, o Colégio oferece nove modalidades esportivas: handebol, voleibol, futsal, basquete, xadrez, balé, judô, tênis de mesa e cheerleader. As faixas etárias atendidas vão dos 4 aos 16 anos. “Nosso plano é formar atletas para competir em torneios fora da escola, em âmbitos municipal, estadual e nacional e que tenham boa conduta ética e moral, espírito de equipe e respeito aos seus adversários”, explica Tércia.
Protagonismo estudantil
Em todos os projetos, o foco é desenvolver nos estudantes, além do conteúdo, a autonomia e a formação humana. No Espaço Maker, por exemplo, os alunos são incentivados a trabalhar de maneira colaborativa e independente. “O objetivo do professor nesse cenário é ser o mediador”, explica a professora Rafaella. “Os estudantes são incentivados a criar ideias próprias, utilizando a criatividade e o aprendizado por meio do desenvolvimento de projetos. Somos peças importantes do processo, mas quem faz acontecer são os estudantes”, completa Danúbia.
O aspecto do protagonista estudantil orienta também os planos futuros dos projetos. “Pretendemos ampliar os conteúdos e aprofundar as atividades, à medida que os novos materiais forem adquiridos. Para o próximo semestre, estamos propondo a impressão de alguns dos modelos que foram criados por nossos alunos no Tinkercad (programa de modelagem tridimensional), bem como a inscrição dos projetos em feiras de divulgação científica e tecnológica como a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE)”, adianta o professor Robert.