No Brasil, o câncer de pele é um dos mais comuns na população, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados. De acordo com Lincoln Fabrício, dermatologista e coordenador da unidade de Dermatologia e Cosmiatria do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), os dois tipos de câncer de pele mais comuns são o não melanoma e o tipo melanoma. O médico explica que o não melanoma é o mais presente entre as pessoas.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em território brasileiro, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma estimados, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 220.490, o que corresponde a um risco estimado de 101,95 por 100 mil habitantes, sendo 101.920 em homens e 118.570 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 96,44 casos novos a cada 100 mil homens e 107,21 a cada 100 mil mulheres.
Já o melanoma, mais grave com risco de vida, o número de casos novos estimados é de 8.980, o que corresponde a um risco de 4,13 por 100 mil habitantes, sendo 4.640 em homens e 4.340 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 4,37 casos novos a cada 100 mil homens e 3,90 a cada 100 mil mulheres.
“As pessoas da região Sul são as que têm mais chances de ter câncer de pele não melanoma. Devido à popularização dos europeus na região, os moradores locais apresentam uma pele clara e mais sensível, como dos poloneses, ucranianos, italianos e alemães, ou seja, têm uma incidência maior em ter problemas de pele relacionados à luz”, explica o especialista.
Um ponto importante para o diagnóstico de qualquer doença é ficar atento aos sinais e observar o seu corpo. “Um dos primeiros sinais do câncer não melanoma é uma ferida na face e que não cicatriza. Essa ferida é uma ‘bolinha’ translúcida com vasos sanguíneos. Já no câncer melanoma é comum identificar uma pinta preta. Pintas que surgiram ou mudaram de aspecto, como simetria, borda, coloração. Ambas as doenças, devem ser analisadas e avaliadas por um especialista”, afirma Fabrício.
Cuidados com a pele
Para evitar o câncer de pele é importante se proteger do sol. De acordo com o especialista, apesar de o sol ser importante, a exposição excessiva é um fator preponderante para o desenvolvimento da doença. “Tem uma frase da Sociedade Brasileira de Dermatologia que é: sol na medida, saúde na certa”, destaca o médico.
Outra forma de se proteger é aplicar protetor solar. "Hoje, os filtros solares têm uma qualidade ótima e proteção duradoura", enfatiza Fabrício. Em dias de praia ou piscina, o ideal é que a pessoa aplique com frequência, principalmente após sair da água. Pessoas que ficam por longos períodos expostos ao sol, devem aplicar de manhã e reforçar na hora do almoço. "Um filtro solar com fator de proteção 30 FPS, após algumas horas, perde o efeito e diminui o número de proteção, portanto, deve ser aplicado em alguns períodos do dia", exemplifica o dermatologista.
Além dessas medidas, alguns itens e cuidados podem ajudar a evitar o câncer de pele, como uso de bonés, chapéus, óculos de sol; roupas com prevenção UV, e vestimentas que cubram a maior parte da pele. Com ações simples e consulta a um médico dermatologista, sempre que desconfiar de algo, ou notar algo diferente no corpo, é possível se prevenir do câncer de pele.