Em evento conjunto realizado na noite de 30 de maio no campus Higienópolis do Mackenzie, a Associação dos Bacharéis da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Abamack) e a Academia Mackenzista de Letras (AML) homenagearam o advogado norte-americano presbiteriano John Theron Mackenzie, bem-feitor que mesmo sem conhecer a Escola Americana fundada pelo casal de missionários Chamberlain, realizou uma significativa doação após sua morte para a criação da primeira escola particular de engenharia no Brasil, semente que originou a atual Escola de Engenharia (EE), matriz da atual Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
Dividida em duas partes, a celebração, que também foi em prol dos oito anos de existência da Abamack, teve início no prédio 01 do campus, que atualmente abriga o Centro Histórico Cultural Mackenzie (CHCM) e que já foi o local de aulas da Engenharia. Neste prédio, o professor Marcel Mendes, atual diretor do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT) da UPM, e que já foi diretor da EE, recepcionou os visitantes e os guiou pela exposição sobre John Theron Mackenzie, que atualmente ocupa duas salas do prédio. Ali estão expostas linhas do tempo, pesquisa histórica e documentação, todos materiais reunidos pelo escritor e atual presidente da AML, Nelson Câmara, no Brasil e nos Estados Unidos quando da confecção de seu livro John Theron Mackenzie: Vida e Legado, lançado no final do ano passado.
Mendes ressalta que a UPM tem um protagonismo muito forte na área da educação brasileira, “com uma história centenária que se confunde com a do próprio país, da Igreja Presbiteriana do Brasil e que é assinalada pelo próprio espírito mackenzista, que marca desde o aluno calouro ao egresso”.
Para Marco Tullio de Castro Vasconcelos, vice-reitor da UPM, a exposição é de fundamental importância, “pois é revisitando nossos arquivos, livros, fotografias, e história que conseguimos avaliar a mudança de tecnologia, comportamento social, e etc. Estamos em uma sociedade em constante transformação e esta é uma Universidade que se adapta. Destaco esse sentimento que nos permite conhecer e nos permite fazer avaliações, alegrar e reconhecer a contribuição das pessoas que por aqui passaram. A história tem que ser preservada”, enfatiza ele.
Guilherme Ramalho Netto, atual presidente da Abamack e que fez parte da primeira turma da Faculdade de Direito (FDir) da UPM, comenta que o evento comemora, acima de tudo, o espírito mackenzista e a sensação de pertencimento. “Quando nos reunimos para fundar a Abamack, recebemos inteiro apoio do reitor da UPM e de toda direção. Como queremos unir antigas e novas turmas, o atual presidente do Centro Acadêmico João Mendes Júnior faz parte da diretoria executiva da associação, com direito a voto inclusive. Quem alimenta a Abamack é a Universidade, então essa ligação com a base universitária é fundamental e dá continuidade ao nosso trabalho”, destaca Netto.
Como parte dessa renovação, a Abamack inaugurou, recentemente, um novo núcleo no campus de Campinas. Douglas Madeira dos Santos, atual presidente deste núcleo da associação, afirma que os vínculos mackenzistas são eternos, “e a Abamack é uma ferramenta para manter esses laços. Em Campinas, que já tem seus dez anos, o nosso objetivo é resgatar todos os bacharéis da região e trazer para os ideais da Abamack”, complementa Santos.
Entidades mackenzistas e um propósito maior
A homenagem seguiu para o auditório João Calvino, no prédio de mesmo nome, onde Câmara palestrou sobre fatos e documentos inéditos da vida e legado de Theron. Benedito Guimarães Aguiar Neto, reitor da UPM e apoiador do evento que é uma parceria entre a Abamack e AML, diz que as duas entidades contribuem para a valorização do espírito mackenzista e “também remetem para uma preservação da memória, a medida em que uma reúne os bacharéis ao longo de toda história da FDir, e a Academia se propõe a fazer uma promoção do Mackenzie homenageando pessoas de destaque que tiveram contribuições dentro de suas diversas áreas do conhecimento”.
Já Davi Charles Gomes, chanceler do Mackenzie, enfatiza que a noite celebrou o espírito mackenzista que de tão forte, de alguma forma, atraiu até mesmo um advogado norte-americano, que nunca esteve presencialmente no Brasil, a contribuir com a causa do casal Chamberlain. “Chame de magnetismo, de atração, eu diria que ela não é meramente uma coisa natural. Estamos celebrando algo maior. O Mackenzie é o fruto de um sonho missional, que sobretudo faz parte da teologia calvinista reformada. Deus está em missão, colocou voluntariamente a missão de criar um povo especial e por meio dele abençoar todo mundo. Isso talvez explique o espírito mackenzista, tem a ver com Deus que plantou no coração de John, no nosso coração e no coração das pessoas que se agregam ao Mackenzie e desejam servir em nome Dele. É um propósito maior”, completa ele.