A Liga Mack Concreto, liga acadêmica que estuda aplicações do concreto, da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) participou no último final de semana o Concurso Ousadia do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) e conquistou o segundo lugar. A premiação foi concedida durante o Congresso Brasileiro do Concreto (CBC).
No evento, a Liga participou dos três concursos voltados para estudantes de engenharia: Concrebol, Aparato de Proteção ao Ovo (APO) e Ousadia. No Concrebol, o grupo mackenzista conquistou o quarto lugar e ficou com o vice no Ousadia, que tinha como objetivo premiar o projeto considerado mais ousado para um determinado problema.
A equipe da UPM desenvolveu projetos de um parque e um centro cultural na região do bairro Bebedouro - próximo ao lago Mundaú, na cidade de Maceió, Alagoas - que foi afetada pela extração de sal-gema, causando danos em 14.000 imóveis e o desalojamento de 40.000 pessoas. O projeto foi chamado de Motirõ, que em tupi-guarani significa união.
A professora da EE e coordenadora da Liga, Ligia Vitória Real, aponta que a equipe pensou em uma estrutura com diversas funções e que tinha bastante a ver com a cultura alagoana. “Um aspecto interessante é o cobogó de concreto branco presente em diversas faces do edifício. A forma desse elemento vazado teve inspiração em um padrão de renda de filé, utilizado pelas filezeiras alagoanas”. Ela explica que essa estrutura permite uma entrada de luz indireta, que não danificaria as obras do museu e que permite a circulação de ventilação natural.
Para melhor visualização da banca, os alunos desenvolveram um protótipo do cobogó, em tamanho real a partir da impressão 3D e mostraram durante apresentação do projeto. A estrutura utilizada foi em sistema de vigas, lajes e pilares, sendo adotada a solução de lajes nervuradas armadas para vencer os grandes vãos utilizados (em torno de 15 metros). O material escolhido foi o concreto branco aparente.
Para o professor da EE e outro coordenador da Liga, Lucas Anastasi Fiorani, a equipe mackenzista contou com uma grande sinergia e cooperação entre seus componentes, aspectos fundamentais para a conquista. “Com ponderação e respeito de parte a parte aos conceitos envolvidos, sempre buscando compreender o grau de importância e necessidade daquilo que exigia, observamos a confluência de ideias que levou ao resultado obtido”.
A Liga Mack Concreto é composta por estudantes dos cursos de Engenharia e de Arquitetura da UPM. Para a professora Ligia, a participação e a conquista no Prêmio Ousadia foram muito importantes para a formação dos estudantes, pois permite a criação de senso de pertencimentos dos alunos, uma melhor interação entre docentes e discentes, além de aproximação com o conhecimento ligado ao concreto e à Engenharia. “Não são poucos os conhecimentos requeridos que avançam, consideravelmente, os limites dos conhecimentos passados na graduação”, destaca.
Mais do que a participação do concurso, estar em uma liga acadêmica é muito vantajoso para os estudantes, pois se trata de uma oportunidade de exercer o protagonismo estudantil e buscar avançar o conhecimento para além da sala de aula. Na opinião dos coordenadores da Liga Mack Concreto, participar da liga vai além do aprendizado acadêmico. “O grupo tem a oportunidade de desenvolver habilidades cognitivas, como trabalho em grupo, liderança, proatividade, escuta ativa, criatividade, resiliência, empatia, comunicação e ética”, finalizam.