A origem da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) remonta a 1870, com a fundação de uma escola em São Paulo por um casal de missionários norte-americanos. A Universidade ficou reconhecida pela tradição, pioneirismo e inovação na educação, o que permitiu alcançar o posto de uma das mais renomadas instituições de ensino do País, entre as que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico nacional. Ao longo de seus mais de 150 anos de história, foi palco para o desenvolvimento de inúmeras personalidades, que contribuíram de maneira significativa para o fortalecimento do Mackenzie.
Dentre os seus expoentes, está Marcel Mendes, um sinônimo de compromisso e contribuição com o Mackenzie e a vida acadêmica de diversos alunos da instituição. Com mais de cinco décadas de atuação no Mackenzie, Mendes deixou sua marca como aluno, colaborador e pesquisador da história mackenzista, personificando a dedicação à engenharia e à educação. Depois de 52 anos, Mendes interrompe sua relação de trabalho com a instituição, mas nunca seu vínculo.
História
Engenheiro Civil formado em dezembro de 1971, Mendes conta sua trajetória profissional de aluno até se tornar professor. Seu ingresso no curso de Engenharia Civil, na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi em 1967. “Para mim, o curso foi uma experiência progressiva, em que minha empolgação crescia conforme eu avançava, um processo de descoberta, de ver, a cada etapa, que tinha acertado em fazer engenharia civil”, explica.
Ao longo do tempo, o engenheiro foi convidado pelo professor Boris, da matéria de Concreto Armado, para ser monitor. Ele teve sua primeira experiência profissional em engenharia na empresa do docente. “Eu já era concursado e trabalhava no Banco do Brasil. Quando passei do quarto para o quinto ano do curso, usei um estratagema que deu certo: me apresentei ao professor Boris como voluntário para fazer um estágio não remunerado de um mês em sua empresa durante as férias do banco, em janeiro de 70”, relembra Mendes. A atuação voluntária abriu portas para ele. Ao final do estágio, seu professor ofereceu a continuidade do trabalho. Mendes ficou na empresa durante seu último ano, até a formatura.
Trajetória profissional
Em 1972, o engenheiro recebeu o convite para atuar como docente na UPM, “foi um marco que transformou minha vida,” reflete. Em 1980, oito anos depois de seu ingresso e já lecionando mais disciplinas, foi nomeado chefe de departamento. Naquela época não existia a figura do coordenador de curso. “Tomei posse dessa cadeira na sala do reitor Ricardo Teixeira Brancato, que atuou no cargo de 1980 a 83. Na sequência, em 1982, fui nomeado diretor da Escola de Engenharia, uma experiência muito desafiadora, porque passei a ser chefe de docentes que tinham sido meus próprios professores”, relata. As novas posições lhe permitiram influenciar diretamente a estrutura e o currículo do curso de Engenharia Civil. Durante sua gestão, Mendes teve que enfrentar o desafio de criar uma relação mais próxima entre o corpo docente e os alunos, que muitas vezes viam seus professores como figuras distantes e inacessíveis.
Ele promoveu reuniões regulares e abertas com o Centro Acadêmico Horácio Lane (CAHL), que visava criar um ambiente mais colaborativo e menos hierárquico. “Foi um período de muita experimentação e aprendizado,” relembra Mendes. Sua abordagem ajudou a estabelecer uma cultura de mais diálogo e cooperação dentro da EE. Em 1985, aceitou o desafio de deixar o Mackenzie temporariamente para atuar como engenheiro residente em uma grande obra em Cuiabá, Mato Grosso.
Retorno ao Mackenzie
Mendes reassumiu suas funções na Escola de Engenharia, voltando a ser diretor por mais duas ocasiões, e logo se envolveu em várias outras áreas da instituição, incluindo o Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT), a vice-reitoria da UPM e o gabinete da Presidência do IPM. Suas contribuições foram fundamentais em momentos de transição e crescimento, ajudando a moldar as políticas e diretrizes que orientaram a instituição. Em 2019, foi convidado para assumir, de forma interina, o cargo de chanceler do Mackenzie.
Nova fase
Após 52 anos de serviço, Marcel Mendes se prepara para uma nova fase de sua vida. Sua saída oficial marca o fim de uma trajetória notável e multifacetada no Mackenzie. “É um momento de transição pessoal, vou dedicar mais tempo à família e às atividades que sempre quis explorar,” finaliza.