O projeto desenvolvido e enviado pelos professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Marcos Eberlin, coordenador do Discovery Mackenzie; Thiago Canevari, coordenador do curso de Engenharia Química; e Manuel Salustiano, do curso de Farmácia; foi aprovado em edital preliminar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
O título do trabalho é Validação multicêntrica de biomarcadores diagnósticos e prognósticos de COVID-19 utilizando a nova caneta analítica MasSpec Pen e espectrometria de massas e é um dos 30 trabalhos selecionados no edital de seleção emergencial, que tem como tema "Prevenção e combate a surtos, endemias, epidemias e pandemias".
O projeto dos professores da UPM tem como objetivo desenvolver um novo teste diagnóstico para covid-19, simples, rápido, de baixo custo e alta eficiência, baseado na detecção de alterações de perfil metabólico. O trabalho será baseado em uma parceria com a pesquisadora associada do projeto, Livia Eberlin, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, que tem usado uma "caneta" inovadora, chamada de MasSpec Pen, como uma ferramenta que é aplicada com grande sucesso em diagnósticos rápidos e altamente confiáveis de diversos tipos de câncer. O trabalho já recebeu inúmeras premiações como o Genius Award, da MacArthur Foundation.
De acordo com Thiago Canevari, o projeto utilizará estratégias semelhantes no diagnóstico de doenças já conhecidas no Brasil, como Zika, Dengue e Chikungunya. “Serão utilizados no diagnóstico e prognóstico da covid-19 em urina, secreção nasal ou diretamente pelo toque na língua de pacientes, sendo essa a primeira aplicação da caneta em diagnósticos de microrganismos”, explicou.
Canevari comenta também que será desenvolvido um teste remoto, acoplado ao smartphone para diagnóstico rápido, barato e confiável, que será baseado no desenvolvimento de biossensor, empregando nanomateriais modificados com material genético do vírus que terão sua eficácia comprovada usando a caneta MasSpec.
Essas amostras serão coletadas e os dados tratados estatisticamente em parceria com a Dra. Andreia Porcari, da Universidade São Francisco (USF). Já o professor do curso de Farmácia da UPM, Manuel Salustiano, desenvolverá métodos de derivatização, técnica utilizada para transformar uma substância em outra, de estrutura semelhante, por meio reações orgânicas que possam melhorar a detectabilidade e confiabilidade dos diagnósticos.
O projeto concorreu com mais de 500 propostas e foi um entre os 30 contemplados, por ter recebido nota 10, nota máxima dos avaliadores em todos os seus quesitos. “Esse feito reflete a qualidade da pós-graduação em engenharia de materiais e nanotecnologia, e deve contribuir para a expansão do programa e sua melhor avaliação pela CAPES”, comemora Canevari.
Além da relevância que a pesquisa tem para este momento que vivemos, ela ainda contribui para o desenvolvimento da ciência de forma geral e investe na educação, pois o projeto contempla 14 bolsas, sendo seis de pós-doutorado e oito de doutorado.