Profissionais Jurídicos levam suas vivências nas carreiras jurídicas para estudantes da FPMB

Cada vez mais, o estudante de direito lida com desafios diferentes e tem uma grande diversidade de áreas e possibilidades para se especializar. Um setor que demanda constante mudança e que precisa de profissionalização e adaptação perante as novas realidades da carreira jurídica.

Acompanhar este processo está no escopo da Faculdade Presbiteriana Mackenzie de Brasília (FPMB) que busca atualizar e dinamizar o aprendizado dos estudantes por meio da Semana Acadêmica. Este ano foi realizada entre os dias 03 e 05 de maio e de forma inédita, aberta ao público em geral.   

Os seminários compõem o lançamento do Projeto Carreiras, que tem como objetivo elucidar as muitas possibilidades profissionais dessa área. O projeto realiza um balanço da mentoria de alunos que receberam aconselhamento de professores qualificados durante seis meses da vida acadêmica dos estudantes. O foco é auxiliar na formação e no futuro da profissão, bem como acolher os alunos para saber as possibilidades que as carreiras jurídicas proporcionam.   

O objetivo foi apresentar as diferentes carreiras jurídicas existentes no mercado de trabalho em forma de painéis temáticos e setorizados, com profissionais de destaque em cada um dos nichos profissionais apresentados, os quais explanaram de forma objetiva aos discentes as principais atribuições de cada carreira abordada.

Cada painel tratou de uma carreira jurídica e tem como expositor um profissional de renome nacional nessa temática. Os profissionais abordaram questões de qualificações necessárias para a atuação no ramo, apresentando, ainda, as vantagens, as dificuldades e demais problemáticas que podem ser vivenciadas no dia a dia de trabalho.

O Projeto Carreiras é uma parceria entre a Coordenadoria do Núcleo de Prática Jurídica, conduzida pelo Professor Evandro Soares, e a Coordenadoria de Projetos, administrada pela professora Juliana Daher Tesolin. 

“Neste contexto e preocupados com o podium da vida de nossos alunos é que a Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília criou o Projeto Mack Mentoring, buscando prestar aos discentes selecionados um acompanhamento personalizado com docentes de comprovada experiência no mercado de trabalho, visando a preparação e impulsionamento dos estudantes nos seus planos de carreira e de vida”, destacou a Juliana.

Durante o evento, diversos especialistas propuseram um debate sobre os desafios da área para os próximos anos. Para falar sobre a evolução dos profissionais e operadores do direito, a semana acadêmica contou, na abertura, com a palestrante, a professora e escritora Fernanda Marinela. Ela analisou o histórico da profissão no Brasil desde a origem das primeiras faculdades, a inserção das mulheres no mercado, bem como a evolução das constituições. “Precisamos analisar a nova realidade. É importante buscar a história para aprender com os erros do passado”, destaca.

A especialista jurídica levantou o debate sobre o espaço das mulheres no Direito, em que tiveram a inserção nos espaços públicos e nas decisões jurídicas recentemente. Segundo Fernanda, atualmente, há mais mulheres do que homens no mercado, mas elas ganham muito menos e ocupam cerca de 15% das cadeiras legislativas do país. “As mulheres operadoras do direito possuem mais responsabilidades do que outras mulheres, pois conhecem a Lei. Se nos juntarmos com os homens, teremos um futuro mais fraterno”, ressaltou. 

A palestrante destacou, ainda, os caminhos diferenciados em que o operador do direito pode seguir e passou dicas para se destacar no ramo jurídico. “Precisam pensar em caminhos alternativos, ser o diferencial, ter opções e alternativas para ser o solucionador do problema. O profissional precisa se atualizar com as novas tecnologias, precisa saber peticionar no eletrônico, por exemplo”, indicou. 

Em relação à recente expansão da Inteligência Artificial (AI), ela destaca que o profissional do direito não será substituído pelos robôs, mas que é importante usar a AI a favor da carreira, como um mecanismo auxiliar. 

“Todos nós um dia vamos ter que começar, é necessário coragem. Olhar além da bolha, além das áreas do direito ditas comuns. Na vida você escolhe mesmo não escolhendo”, destacou.

Ela finaliza dizendo que o Direito está sempre se renovando e a cada nova lei que surge, também aparece uma nova oportunidade para atuar. “Há dez anos, não se falava tanto em direito previdenciário, compliance, manual de licitação e direito urbanístico, como se fala hoje”, apontou.       

Para o diretor da FPMB, Mac Cartaxo, ao analisar o escopo da faculdade, destaca que primeiro a instituição forma competência a partir de conhecimento, habilidade e atitude. Por meio da Semana Acadêmica, é possível trazer a experiência e as atitudes para a prática. “Quando você ingressa no Direito, de certa forma já afunilou as suas escolhas e isso tem muito a ver com a história de vocação, do chamado. Aqui, você tem a oportunidade de abrir a perspectiva para outras áreas do direito. A ideia da Semana é que possa ouvir vários chamados e que possa segui-los os que traz mais atenção”, destacou.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas da FPMB, Evandro Soares, a palavra que foi comum a todas as palestras foi a paixão. “Ter paixão pela carreira que irá abraçar é fundamental”, afirmou.

Palestrantes

A semana acadêmica contou também com os seguintes palestrantes: o diplomata Fernando Cavalcanti, os juízes Fábio Esteves (TJDFT) e Rodrigo Souza (Federal); os procuradores Danilo Dias (República), Otávio Augusto Buzar (Federal - AGU), as procuradoras Camila Del’Isola (Trabalho), Marilia Rafaela Fregonesi (Estadual); o desembargador do trabalho Grijalbo Coutinho; o promotor de Justiça Estadual Pedro Thomé Neto, os delegados Haendel Fonseca (PCDF) e Izabela Piuzana (Polícia Federal) e o Tabelião Geraldo Felipe Silva.

Além deles, também conduziram exposições: os defensores públicos Isabela Simões (União) e Marcio Del Fiore (DF); os advogados André Dias Colares (criminal) e Pedro Henrique Abdo (civil), que recentemente foi aprovado como procurador do DF; a professora e escritora Fernanda Marinela; e o multiespecialista professor Felipe Chiarello.