13.09.2019 - EM Atualidades
Várias iniciativas relacionadas ao Grafeno surgiram pelo mundo a partir de 2004. A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) em conjunto com o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) inauguraram, em 2016, o primeiro centro de pesquisa de Grafeno da América Latina e durante a XXXI Semana da Escola de Engenharia, a palestra comandada por Christiano José Santiago de Matos e Guilhermino José Macedo Fechine, no dia 12 de setembro, foi sobre obtenção e aplicação deste material.
Composto unicamente de carbono, é considerado o primeiro bidimensional, o que contraria a teoria de alguns cientistas do século XX, que alegavam a impossibilidade dessa existência em razão da termodinâmica, ou seja, pela troca de energia ser instável. O Grafeno é um átomo de carbono que se liga a outras três partículas da mesma substância, em uma ligação na qual a espessura é de um único átomo.
Mesmo sem perceber, o Grafeno já estava presente no cotidiano da sociedade, por meio do grafite, que é um empilhamento de vários carbonos. “Uma única camada de grafite isolada tem uma série de propriedades muito interessantes, o que torna o Grafeno tão relevante”, disse o professor Matos. Condutor de eletricidade, transparência e flexibilidade são algumas características. É também o material mais fino que existe e 200 vezes mais forte que um fio de aço. Por conta da condutividade térmica, algumas empresas já produzem eletrônicos com Grafeno, através de finos filmes que dissipam o calor do celular, por exemplo.
“Para se obter o material em grandes quantidades, o grafite é a melhor alternativa. Se imaginarmos que o grafite é um bolo de cartas de baralho, cada carta é uma folha de grafeno. Temos que separar isso, é o que chamamos de esfoliação”, esclarece o professor Fechine.
Foi explicado por Matos os vários métodos de obtenção e como cada um é mais adequado para cada forma de aplicação. Para maior qualidade do Grafeno, a esfoliação mecânica é a mais indicada. A escalabilidade, aplicação em âmbito industrial, possui melhores resultados pela esfoliação química assistida por líquido. Se a finalidade é uma baixa interação do material com natureza, decomposição química de vapor e crescimento epitaxial são apontadas como melhores opções.
Ao ser questionado sobre a potencialidade do Grafeno, Fechine responde: “Várias. Não é mais nem potencialidade, é realidade. Na área esportiva, médica, construção civil, tecidos, roupas inteligentes”, e ainda completou sobre a situação do estudo e prática no país: “O Brasil está muito avançado”.
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