Fernando Pereira, professor do Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), despertou o interesse pela fotografia ainda criança. Ele observava seu pai, que era amante dessa arte, e com isso foi entendendo mais sobre sua verdadeira paixão. As revistas 4 Rodas e Realidade praticamente o ensinaram a ler. Com isso, não nasceu só seu entusiasmo pela fotografia, mas também pelo jornalismo.
“Um dia eu vi uma foto, na revista Realidade, de uma menininha na Guerra do Vietnã. Olhei para o meu pai e falei: ‘eu vou ser fotógrafo’, porque aquela foto me impactou. A partir desse dia, persegui essa minha vontade de ser fotógrafo e jornalista, ao mesmo tempo”, recorda, referindo-se à foto histórica do fotógrafo Nick Ut, da Associated Press.
Aos 16 anos, Pereira começou a fazer ensino técnico em publicidade, pois era a área mais próxima do que ele realmente almejava. Com esse primeiro contato, a paixão pela fotografia cresceu ainda mais. Ao entrar na faculdade de Jornalismo, seu pai o presenteou com seu primeiro equipamento fotográfico e, desde então, Pereira segue fazendo o que ama: fotografar.
Fernando Pereira se considera uma pessoa cíclica e conta que há momentos em que prefere fotografar coisas específicas. “Tem época que eu gosto de fotografar só gente, outras que prefiro fotografar a cidade, ruas e, ultimamente, tenho gostado de fotografar pássaros. Vou para o mato e fico horas e horas fotografando as aves”.
Sua vida como professor mackenzista
Há quase 13 anos, Fernando Pereira iniciou sua vida mackenzista. Essa jornada começou com convites para participar de bancas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Foi a partir desses momentos que o jornalista se encantou pela Universidade.
O professor ainda destaca que um dos seus lugares preferidos no Mackenzie para fotografar é o bosque do campus Higienópolis. Ele relembra uma aula de fotografia em que deu aos alunos a tarefa de fotografar pássaros no local e os alunos trouxeram fotos de pombas.
"Eu falei ‘gente, tem tanto passarinho bonito aqui no Mackenzie’. Um dia fotografei 12 espécies diferentes aqui dentro. Tem muita coisa legal, o problema é que as pessoas não param para olhar”, relatou.
Pereira revela que gosta de pegar instantes diferentes dentro do Mackenzie. Ele exemplifica que possui fotos em diversos lugares: em frente ao Borges; de cima do último andar do prédio 45; de palestras nos auditórios; fotos com os alunos em aula e outras.
Ao iniciar seu trabalho aqui, ele começou a dar aula de rádio, que é sua outra paixão no curso de Jornalismo. Ele também já deu aulas de fotografia, fotojornalismo, design gráfico, assessoria de comunicação, jornalismo cultural, cultura brasileira e jornalismo empresarial.
“Eu adoro isso aqui, tanto que saí da outra universidade e fiquei só com o Mackenzie. Nunca trabalhei num lugar tão legal na minha vida como o CCL, e olha que eu tenho 40 anos de jornalismo. Trabalhei em grandes empresas, mas aqui no Mackenzie é fora de série, eu sou apaixonado”, confessou.
A fotografia para iniciantes
Para os iniciantes que também têm desejo de aprender mais sobre fotografia, o professor da disciplina deixou a dica: “A melhor forma de aprender é vendo quadros dos grandes mestres da pintura. Além de poder ir ao museu, hoje a gente tem a internet e você pode “ir” ao Louvre a hora que você quiser. Então, tente procurar obras de grandes mestres”, mencionou.
Além disso, ele frisa que, ao observar as obras de arte, é importante entender a mensagem passada por meio das pinceladas. E, ao fotografar, é preciso estudar a foto tirada e treinar a partir dela. Nomes de fotógrafos como Cartier Bresson, Sebastião Salgado e Evandro Teixeira são citados por Pereira como opções para serem acompanhados pelos iniciantes.
“Fotografou? Estude e veja como ficou. Se não ficou bom, faça de novo. Estude os enquadramentos, os mestres da pintura são fundamentais para isso”, aconselhou.
Fernando Pereira concorda que a fotografia pode ser terapêutica. Durante o confinamento causado pela pandemia de covid-19, ele orientou os mackenzistas a fotografar paisagens domésticas, transformando sua casa em paisagens interessantes. “Por exemplo, é você olhar o fogão com outros olhos. Eu recebi retorno de gente dizendo que gostou (da ideia), e eles me mandam foto até hoje. Então, a fotografia é, sim, uma terapia”, finalizou.
Confira abaixo algumas fotos tiradas pelo professor e jornalista, Fernando Pereira: