A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) se tornou a sede de um programa de capacitação de imigrantes, promovido pela Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Migrações, em parceria com a Escola da Nuvem e a Amazon Web Service (AWS). O projeto prevê a formação de migrantes de diversas nacionalidades em Cloud Computing (computação de nuvem), permitindo a inserção dessa população no mercado de trabalho brasileiro.
Pela parceria, a UPM participa como sede do curso ministrado pela Escola da Nuvem, utilizando a plataforma da AWS. A Faculdade de Computação e Informática (FCI) contribui com a oferta das salas de aula e laboratórios para os alunos poderem desenvolver as atividades e terem as aulas - que serão todas on-line. Além disso, os alunos terão aulas de português e cultura brasileira, promovidas pelo Centro de Comunicação e Letras (CCL).
“O projeto é a definição do Mackenzie, faz parte do nosso DNA. Nossa missão de cuidar e educar o ser humano não se encerra dentro da Universidade e com nossos alunos. Temos uma missão com a sociedade”, afirmou o diretor do CCL, professor Rafael Fonseca Santos.
A diretora da FCI, professora Daniela Vieira Cunha, apontou a importância da contribuição dos alunos da unidade para o curso. “Juntar tecnologia com projeto social é importante para o aluno, é muito relevante fazer esse estudante prestar serviço para a comunidade sem ser na área de desenvolvimento de software”, disse. Pela parceria, os alunos da FCI participam do projeto como monitores dos laboratórios de informática.
No total, participam da formação 40 migrantes de 17 nacionalidades diversas, como Venezuela, Bolívia, Peru, Haiti, Afeganistão, Síria, Congo e outros. Todos estão em situação regular no país, no entanto, por diversas questões, enfrentam dificuldades em conseguir uma ocupação e estão em situação de vulnerabilidade. Entre os alunos, há três brasileiros.
O projeto proporcionará a formação em tecnologia da informação, em Cloud Computing, em curso que terá a duração de cinco meses. Além disso, os alunos também contarão com aulas de soft-skills e, ao final, terão a possibilidade de obterem uma oportunidade no mercado de trabalho.
A organizadora do projeto, Maria Augusta de Mello Saraiva, responsável pelas parcerias sociais e educacionais da Escola da Nuvem, celebrou a participação do Mackenzie na parceria. “É uma universidade de alto prestígio que poderá mostrar aos imigrantes o tipo de ensino de nosso país, com laboratórios de ponta e com um ambiente muito agradável”, pontuou.
O coordenador de projeto da Agência da ONU para as migrações, Diogo Felix, explicou que o projeto expressa um dos princípios da entidade, de buscar a inserção do migrante. “A integração socioeconômica das pessoas migrantes é a solução duradoura para que elas recuperem a autonomia e possam viver de forma digna aqui no Brasil”, completou ele.
Ele também celebrou a parceria entre as instituições para fornecer capacitação e inserção social dos migrantes. “Por meio das parcerias, a gente consegue maximizar o potencial que a migração tem de desenvolvimento econômico, inclusive das comunidades que recebem os migrantes, no nosso caso, o Brasil”, finalizou.
A aula inaugural do curso foi realizada na terça-feira, 1º de agosto, em uma das salas do FCI. Além dos representantes das instituições, a gerente Sênior de Desenvolvimento de Negócios da AWS, Laura Santana, chamou os alunos a se comprometerem com a iniciativa. “É só o primeiro dia de uma nova vida que vocês terão a partir dessa formação. Vocês serão conectados com oportunidades de emprego reais ao fim do curso, portanto se engajem e participem”, declarou.
Já o gerente sênior do programa AWS re/Start, Luciano Máximo, explicou o funcionamento do curso, ressaltando a importância da capacitação em nuvem. “É uma área em crescimento que precisa de muita gente para trabalhar. Mas não é só passar o conteúdo, também ajudamos os participantes a conseguirem emprego”, disse.
Acolhimento
Além das parcerias mencionadas, o projeto conta ainda com o acolhimento e solidariedade das lanchonetes localizadas no campus Higienópolis, que distribuirão lanches para os alunos do curso, ao longo de toda a formação.