Dar visibilidade para comunidades e pessoas em estado de vulnerabilidade. Esse foi o objetivo do projeto Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis, desenvolvido pela professora da Universidade Federal do Amapá, Bianca Moro, e que teve seu piloto produzido quando ela esteve no pós-doutorado na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), sob orientação da diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Angélica Benatti Alvim.
Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis é um projeto de mídia participativa que utiliza ferramentas audiovisuais para divulgar e estimular práticas solidárias e transformadoras na sociedade. “É uma forma de dar voz e visibilidade a pessoas que representam uma parcela importante da população”, afirmou Bianca Moro.
A professora veio para a UPM em 2021 para desenvolver seu pós-doutorado. Foi a partir disso que surgiu o projeto, que deveria ter um conteúdo internacional. Então, ela elaborou um documentário que mostrasse três diferentes realidades na América Latina de precariedade urbana. Foram realizadas filmagens e entrevistas de lideranças comunitárias em Macapá, na Amazônia brasileira; Ciudad Juarez, no México; e Paraisópolis, em São Paulo.
O objetivo dos documentários é apresentar as diferentes aproximações e diferenças entre assentamentos distintos do continente latino-americano, bem como revelar os esforços que os líderes comunitários têm realizado no enfrentamento das dificuldades vivenciadas pelos moradores dessas áreas. “O foco são temas conectados ao direito à cidade, inclusão social e ausência de políticas públicas para populações vulneráveis”, explica a docente.
“O projeto busca sensibilizar o público para que ele veja, pense e reflita sobre temas de fundamental importância para a construção de uma sociedade solidária, empática e resiliente”, aponta Bianca.
Para realizar o trabalho, o projeto contou com a participação voluntária de profissionais de diversas áreas como arquitetura, urbanismo, cinema e fotografia. Além da orientação da diretora da FAU, ela contou com o apoio dos docentes mackenzistas Afonso Celso Vanoni de Castro, Celso Aparecido Sampaio e Stefania Dimitrov, além do suporte da socióloga Mariana Contreras Saldaña, e do arquiteto William Santiago.
Bianca Moro ressalta a relevância da iniciativa para a área da Arquitetura. “O projeto contribui para a reflexão sobre a Arquitetura e Urbanismo como instrumento de inclusão social, além de unir ensino, pesquisa e extensão, pilares da educação superior no Brasil”. De acordo com ela, cada documentário revela as condições de vida da população latino-americana que vive em condições de precariedade urbana, além de evidenciar o trabalho de pessoas que são agentes de transformação nas comunidades em que vivem.
Após o término do pós-doutorado, em março de 2022, Bianca Moro decidiu dar continuidade ao projeto de criar documentários participativos em suas atividades de pesquisa na Federal do Amapá. Desde então, a equipe do programa já filmou no Sertão da Bahia e em uma comunidade ribeirinha em Santana, no Amapá. Os cinco documentários estão disponíveis na plataforma cipesin.com.