Esporte

MackRun: corrida é um lembrete de tantas coisas para minha vida

Confira relato de um corredor, participante da prova que celebrou o Dia do Mackenzista

22.10.202410h48 Comunicação - Marketing Mackenzie

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MackRun: corrida é um lembrete de tantas coisas para minha vida

O Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) e suas mantidas realizaram, no último domingo, 20 de outubro, às 7h da manhã, a segunda edição da MackRun, corrida organizada para celebrar o Dia do Mackenzista, comemorado no dia 18 de outubro. Cerca de 2 mil pessoas se reuniram na Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu, para participar das provas de 10km, 5km, ou caminhada de 3km. A organização da prova contou com a parceria da empresa Correr com Propósitos.
 
Confira, abaixo, o relato de Jonathas Cotrim, jornalista da Superintendência de Comunicação e Marketing (SUCOM) do Mackenzie, que participou da MackRun, correndo 10km, e contou um pouco da sua relação com o esporte:

O clima não estava para corrida. Domingo de manhã, tempo chuvoso e pista molhada não são o melhor convite para colocar o tênis no pé e sair para uma atividade física. Mas, mesmo assim, a MackRun aconteceu e foi uma demonstração de disposição de quem realmente queria estar ali. Particularmente, achei ótima a organização e a prova tem de tudo para se estabelecer como uma das principais do calendário esportivo da cidade de São Paulo.
 
A corrida entrou na minha vida muito cedo, mas não por propósitos muito felizes. Tenho memórias de correr desde os 8 anos de idade, no quintal de casa. Falava que ia correr para emagrecer, numa tentativa desesperada de evitar as brincadeiras e gozações sobre meu peso na época. Era criança demais para perceber que, naquele momento, emagrecer não deveria ser uma preocupação. Tanta coisa ainda estava para acontecer. Mas aquilo plantou uma semente e preparou meu organismo para algo que, como criança, jamais iria imaginar: eu podia não ter velocidade, mas conseguia ter uma resistência muito boa. 
 
O tempo passou, cresci e me dediquei a outro esporte: a natação. Fui atleta de natação por quatro anos, do fim da adolescência até o período que comecei a faculdade. Foi uma época muito boa e que serviu para consolidar o esporte como uma realidade na minha vida.

Depois que parei de nadar, fiquei meio perdido, vagando entre esportes aleatórios, como as lutas, a musculação e o ciclismo. Porém, nada muito efetivo e sempre sofria para consolidar a rotina nessas modalidades. Eu não conseguia me envolver e tornar esses esportes uma realidade constante na minha vida. 
 
Até que, uns dois anos atrás, desisti de me forçar e resolvi voltar a nadar. Foi a melhor decisão da minha vida pois, no fim, a gente precisa fazer o que gosta, dedicar-se ao esporte que mais tem a ver conosco. E a natação sempre teve esse papel de me conectar comigo mesmo. 
 
No começo deste ano, no entanto, outra mudança ocorreu. Movido por uma disposição de explorar novas possibilidades - eu queria muito treinar para participar de provas triatlo -, comecei a correr. A ideia era apenas ter uma segunda atividade física, algo que pudesse complementar o treinamento da natação. Contudo o que começou como uma segunda atividade, acabou se tornando uma concretude. Não consigo mais parar de correr e fico me planejando para participar de provas e etapas de corrida. 
 
A corrida tem um papel interessante, pois é altamente democrática (qualquer um pode fazer, independentemente de altura ou peso) e muito simples: basta colocar o tênis no pé e começar. Não requer equipamentos, muito menos de um local específico para a prática. Claro, é muito mais agradável correr em parques. Mas em qualquer lugar é possível praticá-la.
 
Comecei aos poucos. Corria 30 minutos a cada dois dias. E sempre alternando com caminhadas. E aí entra outra realidade interessante sobre essa modalidade: você começa devagar, de pouquinho em pouquinho, mas, quando menos espera, você está se colocando desafios. “E se eu alternar as intensidades da corrida?”; “Acho que consigo correr um quilômetro a mais!”; “E se eu correr por mais uns 10 minutos?”. Foram essas perguntas que me moveram. Depois de algumas semanas, fui aumentando a minha quilometragem, depois inverti a lógica: queria fazer a mesma distância no menor tempo possível. 
 
Correr provoca em mim duas reflexões, que parecem ambíguas. Correr é sempre um lembrete de que o ser humano não é estático. Estar em movimento, seja na atividade física, seja na carreira ou na vida pessoal, estamos sempre em deslocamento. Nada permanece o mesmo por muito tempo. A vida é mover-se, é sempre dar um passo novo. Ao mesmo tempo, correr também é se situar no tempo presente. Não adianta nada eu me preocupar com o quilômetro seguinte se eu não fizer o atual bem. Eu preciso estar focado no passo de agora, senão posso forçar demais e não conseguir terminar a prova. 
 
Parece ambíguo, mas se tratam de pensamentos complementares. Um passo após o outro, focado no que se faz no agora. Isso é correr. 
 
Cheguei à MackRun disposto a correr 10km. Eu já havia corrido essa distância, então entrei na prova para tentar abaixar o tempo. A boa organização da prova e a animação das pessoas ajudaram a me empolgar, afinal, faz parte do espírito mackenzista se envolver com os esportes. O único "problema" que ocorreu fugia do poder de qualquer organização: a chuva, que começou a cair no dia anterior. Mesmo assim, ela pareceu dar uma trégua na hora da prova. Nem mesmo o asfalto molhado, que provoca certa insegurança no passo, conseguiu reduzir a empolgação e a disposição de quem estava presente. 
 
Apesar de não ter feito a melhor das preparações para a prova, queria, pelo menos, repetir o meu melhor tempo. Esforcei-me e dei meu melhor naquelas condições, um conselho que ouço desde que eu era atleta. "Independentemente do resultado, dê o seu melhor". Com esse foco, cheguei à metade da corrida com fôlego para conseguir o meu objetivo. No entanto, a pista molhada prejudicou um pouco. Tomei certo cuidado para não cair e meu tempo deu uma leve subida. No fim, consegui baixar alguns segundos da minha melhor marca, apesar de ainda estar na casa dos 50 minutos. 
 
Tudo bem, aguardo a MackRun do ano que vem para melhorar, ainda mais, meu tempo. Assim como o Mackenzie, que completou, no dia 18 de outubro, 154 anos, avançamos  mais um pouco, um passo de cada vez.

Resultados:

5km feminino

1º - Eloia Rosa de Matos: 23min25
2º - Debora Barbosa: 25min40
3º - Josefa de Lourdes Elias Cardoso de Abreu: 26min38

5km masculino

1º - Wilton Delmondes de Souza: 18min18
2º - Renivaldo Santana: 18min59
3º - Luca Rosa Vicente 19min32

10km feminino

1º - Elaine Queiroz: 47min05
2º - Bruna Victorio: 50min41
3º - Patricia Santos de Souza Delfini: 52min49

10km masculino

1º - Gustavo Almeida da Silva: 36min14 
2º - Erwan Huchet: 38:04
3º - Ronald Alves dos Santos: 38:17