A obra Alfabetização de Jovens e Adultos: Abordagem Fônica, escrito pelas professoras da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) Alessandra Gotuzo Seabra e Analice Oliveira Fragoso, em parceria com o professor Fernando Cesar Capovilla, da USP, é fundamental diante dos índices de analfabetismo na idade adulta, que ainda são altos no Brasil, com consequências importantes sobre aspectos cognitivos e sociais. Para os autores, é de suma importância que sejam desenvolvidas e aplicadas ações voltadas ao fomento da alfabetização de jovens e adultos, com base em evidências científicas.
A obra se baseia nas mais recentes evidências de pesquisa e em diretrizes internacionais, como as do Nacional Institute for Literacy, dos Estados Unidos, que apresenta um programa de alfabetização balanceado, com atividades voltadas ao código, à compreensão e à fluência de leitura.
Em uma abordagem multissensorial, o programa inclui desenvolvimento de consciência fonológica, ensino de correspondências grafofonêmicas e uso de recursos fonoarticulatórios, com os desenhos nas representações visuais da boca quando os fonemas são articulados. Progressivamente, são apresentadas atividades para promover a interpretação e a produção de textos, bem como para automatizar a fluência da leitura, habilidade essencial para a leitura competente.
O programa já foi aplicado em estudo científico e mostrou ser eficaz para a alfabetização de alunos da Escola de Jovens e Adultos (EJA). Portanto, a obra pode ser um importante recurso para que o Brasil alcance as metas do Plano Nacional de Educação (2014-2024), em busca da erradicação do analfabetismo de jovens e adultos no país.
De acordo com Alessandra Seabra, docente do programa de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da UPM, a obra ilustra como o conhecimento científico de alto nível, em consonância com pesquisas internacionais e nacionais, pode gerar frutos de grande relevância social. “O trabalho é fruto de parcerias entre universidades e instituições escolares, e representa um importante marco na educação baseada em evidências no Brasil”, comenta.