Um filme é uma obra de arte e pode ser analisado de diversas formas, nos diversos significados contidos em um longa-metragem. Neste período de isolamento social, você já deve ter aproveitado para ver alguns filmes, como entretenimento e até mesmo como uma forma de ampliar conhecimentos sobre uma determinada área. Por isso, nessa edição do #VamosJuntos, iremos aprender como interpretar melhor uma obra cinematográfica.
A semiótica é um dos melhores caminhos para se analisar um filme, de acordo com o professor do Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), José Maurício Silva, especialista no tema. Esta área de conhecimento é a responsável pelo estudo dos signos, que é tudo o que representa e significa alguma coisa. “Todo signo é, assim, uma referência a algo”, afirma o docente.
Imagens, cheiros, sons, sensações táteis seriam, portanto, carregados de significados e, por isso, são considerados signos. E, no cinema, eles também se fazem presentes.
“Obras audiovisuais são compostas de signos como imagens, sons, textos. Os enquadramentos, os gestos dos personagens, as falas, até mesmo a direção de arte (as cores da cena, o que inclui os objetos presentes) por exemplo, são repletos de significados”, diz Silva.
Uma cena poderia apresentar um personagem que tem um emocional alegre e, para isso, privilegiaria cores vivas na construção da cenografia para representar o estado de ânimo ou, ainda, uma determinada situação vivida por este personagem.
Por conta disso, ao analisar uma obra cinematográfica, o espectador deve levar em conta os aspectos textuais e imagéticos do filme.
“Quando pensamos na relação entre texto e imagem, uma análise semiótica pode ajudar a revelar pontos estratégicos de uma obra. O espectador deve ficar atento à relação entre as falas dos personagens e ao visual das cenas”, indica o professor da UPM.
Então, como é possível fazer observações mais profundas de acordo com a semiótica? José Maurício Silva dá duas dicas. A primeira seria observar o que está acontecendo no fundo de uma cena. “Pode ajudar a perceber os sentidos da obra”, explica.
A segunda dica é ampliar o repertório artístico, com mais estudos sobre história da arte. “Os grandes diretores usam, por exemplo, a pintura como referência para enquadramentos e também como referência para a direção de arte. A semiótica é uma ciência que interpreta. Logo, interpretar as referências que estão presentes em uma obra é algo relacionado ao exercício semiótico”, aponta ele.
“Buscar entender de história da arte vai ampliar a capacidade de se ver as referências que possam existir em uma obra”, diz Silva.
Para isso, ele indica a realização de visitas virtuais em diversos museus do mundo para ampliação do vocabulário de referências artísticas.
Agora é só pegar a pipoca, apertar o play e ficar atento a todos os detalhes do próximo filme!