Desafios na relação entre educação e o mercado de trabalho

Dados expõem desequilíbrios entre as demandas do mercado e as certificações disponíveis nos Estados Unidos

04.07.202415h01 Comunicação - Marketing Mackenzie

Desafios na relação entre educação e o mercado de trabalho

Em nova reportagem, a rede de notícias Inside Higher Ed escreveu sobre relatório recentemente publicado pelo Georgetown Center on Education and the Workforce (Centro de Educação e Trabalhadores de Georgetown), localizado em Washington, D.C., Estados Unidos, que trata sobre o desequilíbrio entre a demanda dos diferentes mercados de trabalho locais e as credenciais disponíveis para pessoas que procuram empregos que exijam mais do que um diploma de ensino médio e menos do que um diploma universitário.

A matéria publicada neste mês de maio, afirma que entre 2020 e 2021 havia aproximadamente 4.800 instituições provedoras de certificados inferiores aos de nível superior em todo o território estadunidense. A expectativa é de que nos próximos anos esses provedores passarão a treinar muitos trabalhadores nas indústrias e regiões apropriadas, com o objetivo de preencher as lacunas do mercado de trabalho local.

Zack Mabel, diretor da pesquisa, afirmou estar surpreso com a dimensão do desalinhamento observado nos mercados de trabalho regionais. Ele destacou que consequências adversas surgem para os estudantes quando as instituições que proveem certificados falham em alinhar-se à demanda de trabalhadores. Isso pode levar muitos graduandos a se realocarem profissionalmente ou a aceitarem empregos que não estão relacionados às suas áreas de estudo.

Jeannine LaPrad, diretora administrativa de política e pesquisa na National Skills Coalition, organização de pesquisa e defesa focada no treinamento de trabalhadores, ressaltou que o futuro e o meio de subsistência de muitas pessoas dependem do alinhamento desses indivíduos com o mercado de trabalho de sua região. Já Mabel notou que só esse alinhamento não define se os empregos terão uma remuneração satisfatória, mas que, mesmo assim, ele pode ser muito útil na hora de analisar as oportunidades para determinar a rota mais eficaz em direção à melhoria econômica.

O relatório aponta que um dos motivos do desequilíbrio é a quantidade significativa de credenciais locais oferecida em áreas que não conduzem diretamente a um plano de carreira, como nas áreas das artes liberais, humanidades ou dos estudos gerais, que visam a formação plena, sem necessariamente serem profissionalizantes. Apesar disso, esses programas ainda podem apresentar algum valor para o mercado ou para o indivíduo.

A matéria ainda destaca que o melhor alinhamento acontece nas áreas urbanas estadunidenses, isso é devido ao maior número de instituições que fornecem credenciais presentes nessas áreas. A existência de múltiplos fornecedores contribui para o equilíbrio entre credenciais e oportunidades, uma vez que eles atendem a diferentes partes do mercado de trabalho. O artigo recomenda a comunicação entre instituições a fim de rastrear as necessidades do mercado, o aumento de fundos para a educação da classe trabalhadora e uma melhora na coleta de dados de ofertas de empregos por região.

O artigo é concluído com a perspectiva de Mabel de que o relatório é um marco inicial no trabalho de desenvolvimento do alinhamento entre demandas e certificados nos Estados Unidos. Ele ressalta que o objetivo é tentar encorajar as pessoas através do conhecimento, para que assim elas comecem a se questionar sobre o que podem fazer a respeito.

Para ler a matéria na íntegra, acesse: https://www.insidehighered.com/news/tech-innovation/alternative-credentials/2024/05/29/report-finds-misalignment-between?utm_source=Inside+Higher+Ed&utm_campaign=7e4389cdd9-DNU_2021_COPY_02&utm_medium=email&utm_term=0_1fcbc04421-7e4389cdd9-238140205&mc_cid=7e4389cdd9&mc_eid=6b884ba647