O MackGraphe, centro de excelência em nanotecnologia do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), acaba de alcançar um marco histórico na pesquisa científica traduzida em Inovações Tecnológicas. Dois projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&DI) da instituição conquistaram o segundo e o quarto lugares na prestigiada chamada Mais Inovação Saúde-ICT da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Essa chamada é parte de um esforço nacional para fomentar inovações tecnológicas que possam transformar o Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar o acesso a tratamentos de ponta. E um projeto na chamada PROINFRA – Expansão que tem como objetivo expandir e atualizar infraestrutura de pesquisa do país em Centros de Excelência em P&D em várias áreas.
Os projetos na área da saúde, liderados pelo pesquisador Aryel Heitor Ferreira, somam um investimento de R$ 11,5 milhões e prometem significativas inovações aplicadas à área médica, com a criação de dispositivos médicos vestíveis e o desenvolvimento de válvulas cardíacas sintéticas de última geração.
Válvulas cardíacas de grafeno: a nova fronteira da cardiologia
O projeto que conquistou o segundo lugar na chamada foca no “Desenvolvimento de válvulas cardíacas poliméricas fabricadas por impressão 3D baseadas em grafeno”. A proposta busca substituir as válvulas biológicas, atualmente fabricadas com pericárdio bovino, por materiais sintéticos que oferecem maior durabilidade e resistência mecânica. Esse avanço tecnológico tem o potencial de reduzir drasticamente a necessidade de intervenções cirúrgicas repetidas, beneficiando pacientes e o sistema de saúde como um todo.
A Braile Biomédica, empresa cofinanciadora do projeto e líder no mercado de válvulas cardíacas, já demonstrou grande interesse em transferir essa tecnologia para o mercado.
De acordo com ele, "a parceria com a Braile Biomédica é estratégica para garantir que nossa inovação chegue rapidamente ao mercado, melhorando a vida dos pacientes e consolidando o Brasil e MackGraphe como líder em tecnologia de alta complexidade," afirmou Ferreira, que também destaca a valiosa contribuição de Cecília Silva e Camila Maroneze, ambas pesquisadoras do MackGraphe e professoras da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), desde a concepção da ideia até todas as etapas necessárias para submissão dos projetos.
Dispositivos vestíveis: transformando o tratamento de queimaduras e feridas crônicas
Outro projeto de destaque, classificado em quarto lugar na chamada, visa o desenvolvimento de “Dispositivos vestíveis miniaturizados para tratamento e monitoramento de queimaduras e feridas crônicas”. Esses dispositivos integram biofotônica e estimulação elétrica em membranas flexíveis e descartáveis, capazes de realizar fototerapia e eletroestimulação diretamente na lesão, com monitoramento contínuo via sensores integrados.
As informações são transmitidas sem fio para computadores ou smartphones, proporcionando aos profissionais de saúde dados em tempo real para um tratamento mais eficaz, menos invasivo e monitoramento remoto de possíveis complicações.
Para Ferreira, “esse projeto representa um salto gigantesco no tratamento de feridas crônicas e queimaduras, áreas nas quais o SUS enfrenta altos custos e limitações tecnológicas. Com essas inovações, nossa intenção é tornar tratamentos avançados acessíveis e eficientes para todos,” destacou ele.
O projeto conta com a colaboração de importantes instituições, como a Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Infraestrutura de ponta: expansão do MackGraphe
Além dos projetos de dispositivos médicos, o MackGraphe também obteve sucesso na chamada PROINFRA-Expansão, que assegura um investimento de R$ 4,52 milhões para a modernização e ampliação de sua infraestrutura de pesquisa. Coordenado por Guilhermino Fechine, pesquisador do MackGraphe e professor da EE Mackenzie, este projeto de caráter institucional permitirá a aquisição de equipamentos de última geração, ampliando as capacidades de caracterização e processamento de materiais do MackGraphe e da Escola de Engenharia da UPM, beneficiando diretamente o seu Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologias.
Para o diretor do MackGraphe, professor Benedito Aguiar, “a integração desses equipamentos com a atual estrutura de laboratórios proporcionará um ambiente ainda mais competitivo em P&D no Instituto Presbiteriano Mackenzie, fortalecendo a inovação e o impacto científico e tecnológico, enquanto cria condições ainda mais favoráveis para projetos de colaboração com empresas”, afirmou ele.
Aguiar ressaltou, ainda, a importância dessa conquista: “Esses resultados são fruto do esforço incansável de nossa equipe de gestão e pesquisadores em buscar excelência científica e tecnológica. Estamos prontos para transformar conhecimento científico em inovações, como soluções práticas em benefício da sociedade. Este resultado só reafirma a acertada decisão de tornar a Nanobiotecnologia também como área prioritária na agenda de inovação do instituto”, completou.
Com um total de R$ 16 milhões em investimentos aprovados, o MackGraphe reafirma sua liderança no cenário nacional e internacional da pesquisa em nanotecnologias e áreas correlatas, impulsionando a inovação no Brasil e colocando o país na vanguarda da saúde global. “As expectativas são altas para o impacto que esses projetos terão, não apenas no SUS, mas também na economia e na qualidade de vida da população, indo ao encontro com os princípios de uma instituição confessional como o IPM”, finalizou Aguiar.