Caminhos para a inclusão de deficientes auditivos nas escolas

Segundo especialista, é necessário um olhar mais atento às necessidades dos alunos surdos e dos oralizados

06.10.202116h28 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Caminhos para a inclusão de deficientes auditivos nas escolas

A acessibilidade de pessoas com deficiência já é uma questão colocada em pauta há alguns anos em colégios do país, entretanto, até os dias atuais há uma discrepância no acesso de deficientes ao ensino escolar. No caso dos surdos, não é visto recursos para o aprendizado efetivo desses alunos, que se dividem, normalmente, em dois grupos: os chamados surdos, que fazem uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se comunicar, e os oralizados, que compreendem leitura labial e conseguem se expressar verbalmente.

As escolas e os professores não estão completamente preparados para a inclusão de deficientes auditivos, como pontua o professor do Ensino Médio e Fundamental II do Colégio Mackenzie Tamboré, Lucas Juknevicius. “Muitas vezes os docentes não tiveram as aulas de Libras na faculdade. Ainda não há uma capacitação que deixe os professores confortáveis para ter alunos surdos”.

Segundo Juknevicius, é necessário não só que os professores tenham domínio de Libras, mas que exista uma modificação no olhar para o aluno surdo, tornando a língua de sinais mais presente e entendendo que ele necessita de um acesso melhor à educação a partir de estratégias diferenciadas para acompanhamento das aulas.

 

“Muitas vezes a escola traz o intérprete, mas só trata esta questão de uma forma rasa como se um único profissional fosse resolver tudo. O intérprete tem uma responsabilidade muito grande, mas é necessário que haja um trabalho coletivo entre professor, intérprete e coordenação para que seja efetivo o trabalho desenvolvido no ambiente escolar”, ressalta.

 

Para o educador, deveria haver inclusão de Libras no componente obrigatório das escolas não somente como forma de otimizar o aprendizado do surdo, mas ampliar sua rede de amizades e relações sociais dentro e fora da comunidade surda. “Há uma prioridade a parte sonora, do falar e ouvir, um exemplo disso é o próprio sinal sonoro dos intervalos nas escolas. Então, é preciso pensar neste tipo de coisa quando se fala de inclusão de deficientes auditivos”.

O professor mackenzista acredita que o novo ensino médio possa ser uma porta para que o aluno surdo possa ter uma disciplina eletiva na língua materna dele voltada para textos e escrita. Ele explica também um outro caminho para a inclusão. “Muitas vezes a escola valoriza demais surdos bem oralizados e esquecem que existem outros que são usuários da língua de sinais e não são oralizados. Se ele tiver língua de sinais e oralização, ele terá uma gama maior de possibilidades na sua vida profissional e pessoal”.