Na manhã desta segunda-feira, 18 de novembro, o auditório MackGraphe, no campus Higienópolis do Mackenzie, foi palco de uma palestra realizada por Maurício Melo Meneses, empresário e membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM). Voltada aos alunos da primeira série do Ensino Médio do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo, o evento integrou a trilha de aprendizagem sobre empreendedorismo social do Colégio e teve como tema "Liberdade para empreender".
A abertura foi realizada pelo professor Ricardo Cassab, diretor do CPM São Paulo, que destacou a importância da ocasião. “O doutor Mauricio é um empresário referência no Brasil pela sua trajetória. Todos que estão aqui fazem parte da trilha de empreendedorismo social, portanto este é um bate-papo que vai trazer uma ótima bagagem para vocês”, destacou Cassab.
Além do conselheiro do IPM, o evento contou com apresentação do professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (Mackliber), Allan Galo. Os professores Vladimir Maciel, coordenador do Mackliber; Solange Vieira Zepelini Costa, coordenadora do Ensino Médio do CPM São Paulo; Adriano Bareia, assessor pedagógico do CPM SP também prestigiaram o encontro.
A trajetória de um empreendedor
Mauricio Melo Meneses compartilhou sua trajetória pessoal, iniciada como jornaleiro, vendendo revistas e jornais de porta em porta, até se tornar um empresário de sucesso e sócio fundador de uma rede com 20 parques de diversões dentro de shopping centers que atua em dez estados brasileiros. Ele enfatizou valores como resiliência, ousadia e atualização constante.
Meneses também incentivou os alunos a valorizarem o aprendizado e o trabalho como pilares fundamentais para o sucesso, independentemente das circunstâncias. "Ganhar dinheiro honestamente não é vergonha para ninguém. Procure ser o melhor naquilo que você escolher para fazer a diferença no meio dos iguais", enfatizou o empreendedor.
Ele destacou a importância de ser um profissional versátil, "seja especialista e generalista, olhem contextos maiores, façam cursos, mantenham-se atualizados, estudem outras línguas. Leiam bastante!", incentivou Meneses.
Ao relatar sua trajetória, o conselheiro mackenzista pontuou o papel da fé em sua vida pessoal e profissional. "Nunca tive vergonha de trabalhar e de andar com os olhos em Cristo", disse ele, lembrando que empreender no Brasil exige coragem e resiliência.
"Para empreender, é preciso persistência, coragem e ousadia. Não se pode desistir. Quem faz a diferença no mundo são as pessoas que não desistem jamais", assinalou Meneses.
Ele ainda compartilhou com os alunos suas experiências empreendendo socialmente com o Instituto Ethnos, projeto social que atua em 12 países com baixa liberdade econômica e religiosa, promovendo educação e infraestrutura básica.
"Olhamos para contextos desafiadores e encontramos formas de fazer a diferença. Nossa missão é transformar realidades, com materiais em dez idiomas e ações concretas como construções de igrejas e casas, e doações", finalizou o conselheiro mackenzista.
Liberdade econômica como fundamento para o empreendedorismo
Allan Galo abordou questões técnicas relacionadas à liberdade econômica, destacando seus pilares e impacto. Ele definiu liberdade econômica como a capacidade dos indivíduos de fazer escolhas próprias, negociar livremente e desfrutar da proteção de suas propriedades. Para ele, o conceito envolve pilares como escolha pessoal, troca voluntária, competição justa e proteção jurídica.
"Inclusão produtiva é o que guia nossos estudos no Mackliber: dar condições para retirar as pessoas da miséria e incluí-las na sociedade. Para fazer empreendedorismo social, é preciso estar conectado ao contexto e entender o território em que se atua", afirmou Galo aos estudantes.
Ele também ressaltou os desafios do ambiente regulatório no Brasil, que muitas vezes apresenta complicações para se abrir um negócio, bem como dificuldades no acesso à justiça. Com dados do Índice de Liberdade Econômica Mundial 2023, elaborado pelo Fraser Institute, o professor pontuou que o Brasil se localiza na posição 90 (de 165) entre as nações com mais liberdade econômica no mundo. Os países melhor ranqueados foram Singapura, Hong Kong (China), e Suíça.
Já no outro espectro, dos países com pior liberdade econômica, estão a República Árabe Síria, Zimbábue (em penúltimo lugar), e Venezuela como último da lista.
“O índice do Fraser avalia elementos como tamanho do governo, sistema legal e direito de propriedade, a estabilidade monetária, liberdade para comercializar internacionalmente e a regulação das nações”, afirmou Galo.
O professor trouxe, ainda, dados do Índice Mackenzie de Liberdade Econômica Estadual (IMLEE) 2024, indicador subnacional desenvolvido para comparar as jurisdições estaduais do Brasil. “O objetivo é promover o debate sobre a liberdade econômica e o ambiente de negócios no país, com base em critérios como: gastos do governo dos estados e municípios, tributação nas unidades federativas, e regulamentação e liberdade nos mercados estaduais de trabalho”, pontuou ele.
De acordo com o IMLEE, os estados que mais apresentam liberdade econômica no Brasil são: Espírito Santo em primeiro lugar, Rio de Janeiro em segundo e Amapá em terceiro; já no fim da lista brasileira estão Alagoas, Bahia em penúltimo e Pernambuco em último lugar.
O evento foi concluído com o sorteio de diversos livros para os alunos do CPM, reforçando o incentivo ao conhecimento e à formação ampla dos jovens. Com exemplos técnicos e práticos, a palestra inspirou os estudantes a refletirem sobre o impacto social do empreendedorismo e a importância da liberdade econômica como meio de transformação individual e coletiva.