Compartilhe nas Redes Sociais

Métodos de reciclagem de plástico usando grafeno são tema de pesquisa do Mackenzie

Métodos de reciclagem de plástico usando grafeno são tema de pesquisa do Mackenzie

23.03.2023 - EM

Coordenação

"Acréscimo do material ao plástico visa evitar o desgaste do produto e garantir a reutilização "

O plástico é um dos materiais mais utilizados no mundo, porém, devido à sua constituição, tornou-se um problema ambiental: os produtos plásticos levam de 450 a 500 anos para se degradarem na natureza. Isso significa que algo desse material descartado continuará em sua forma sólida, provocando diversos problemas ecológicos, como a constituição de lixões, mortes de animais marinhos e outros seres vivos, além de ser um dos fatores que contribuem para a ocorrência de enchentes em grandes cidades.

Para solucionar esse problema, a reciclagem torna-se uma resposta: os plásticos descartados são reutilizados em novos produtos, retirando-se de locais de descarte. Todavia, o Brasil ainda é um país que recicla pouco: de acordo com dados da ong WWF Brasil, em 2019, apenas 1,3% de todo o material plástico gerado no país foi reciclado.

Todavia, mesmo a reciclagem pode apresentar limitações. De acordo com o pesquisador do Instituto Mackenzie de Pesquisa em Grafeno e Nanotecnologias (MackGraphe) e professor da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Guilhermino Fechine, o plástico sofre um processo de envelhecimento. “Sabe-se que materiais plásticos durante o uso têm suas propriedades físicas decrescidas, comumente chamado de processo de degradação. Essa degradação pode ser oriunda de diversos fatores, principalmente devido ao intemperismo, como a radiação solar, chuvas, variações em temperaturas, dentre outros aspectos”, explica.

O pesquisador, dentro do MackGraphe, tem desenvolvido estratégias para evitar esse processo, utilizando métodos que acrescentam o grafeno nos materiais plásticos. O Na Lupa! conversou com Fechine para entender a investigação.  

“Nosso grupo de pesquisa visa coletar e recuperar as propriedades perdidas dos plásticos após uso e descarte. Para tal, utilizamos o grafeno e seus derivados para além de recuperar propriedades também agregar novas características”, apontou o pesquisador mackenzista.

De acordo com Fechine, os novos processos pesquisados garantem uma melhor reciclagem do plástico, já que o grafeno possui características que, quando associadas ao plástico, permitiriam melhores utilizações dos novos materiais. “Podemos assim, dar novas aplicabilidades a esses materiais, muitas vezes até mais tecnológicas do que o material havia sido usado”, disse.

O MackGraphe realiza pesquisa sobre o grafeno, pensando em utilizações nanotecnológicas, já que o material possui uma constituição que opera em uma escala de nível nanoscópia. “Utilizamos de metodologias próprias desenvolvidas no MackGraphe para inserir o grafeno nos materiais plásticos pós-uso. Essas metodologias vêm sendo desenvolvidas desde 2014, e hoje conseguimos aplicar a uma grande variedade de tipos de plásticos”, afirmou Fechine.

De acordo com o pesquisador, os resultados já indicam que a associação do grafeno ao plástico resulta em um melhor processo de reciclagem. “Hoje já temos resultados muito relevantes em que conseguimos, por exemplo, recuperar propriedade mecânicas de materiais plásticos pós-uso, além de conferir melhorias em condutividade térmica e elétricas nesses materiais”, explicou.

A reciclagem de plástico usando grafeno é um dos projetos disponíveis na Vitrine Tecnológica, plataforma que pretende dar visibilidade a projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas patentes realizados dentro da UPM. Os interessados em ampliar o desenvolvimento desta pesquisa podem entrar em contato com o Núcleo de Inovação Tecnológica (cit.nit@mackenzie.br) ou com a Coordenadoria de Inovação Tecnológica (cit@mackenzie.br).   

Na Lupa!  

Com o objetivo de lançar luz à pesquisa científica desenvolvida na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o Na Lupa! é um novo quadro de divulgação científica mackenzista. Com tradição em inovar e empreender, a pesquisa é uma das preocupações da UPM, o que coloca a instituição como uma referência no fazer científico. Toda investigação, apuração e verificação desenvolvida na universidade ganha agora um espaço para divulgação.