X Fórum de Aprendizagem Transformadora pensa o papel da universidade para 2030

Especialistas discutiram os desafios na formação de profissionais capazes de atender às demandas sociais, ambientais e laborais projetadas para a próxima década 

07.02.202514h07 Comunicação - Marketing Mackenzie

X Fórum de Aprendizagem Transformadora pensa o papel da universidade para 2030

O Centro de Excelência em Ensino e Aprendizagem Transformadora da Universidade Presbiteriana Mackenzie realizou o X Fórum de Aprendizagem Transformadora nos dias 23 e 24 de janeiro, no auditório Ruy Barbosa, campus Higienópolis. Por meio do tema 2030 em Perspectiva: Tendências e Desafios para a Educação Superior, o evento organizou-se em torno de dois painéis de discussão, um momento integrativo para trocas de ideias entre a comunidade docente mackenzista e inúmeros workshops ministrados por especialistas. 

“É a décima edição do Fórum, uma jornada, uma trajetória de formação docente. Então, os fóruns abrem o semestre e é o momento em que toda a comunidade da universidade está junta para dar atenção aos grandes temas que impactam a instituição hoje e que irão impactar nos próximos anos”, apresentou a Diretora do CEAT, Profa. Dra. Janette Brunstein. 

A Coordenadora Geral do CEAT, Profa. Dra. Suelene Piva, também explicou que “ao longo de todos os eventos anteriores, nós discutimos várias questões importantes para a educação superior e, nesta edição, queríamos fazer um apanhado geral de todas essas discussões e prospectar algumas ações futuras”. 

No primeiro dia, o painel “2030 em Perspectiva: Macrotendências e os Desafios para a Educação Superior” contou com comunicações de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), e Diogo Cortiz, professor da PUC-SP e apresentador do programa Deu Tilt, do UOL.  

Cervone apresentou um estudo da Ciesp sobre as projeções esperadas até 2040, impulsionadas pela evolução tecnológica, em diferentes setores, como saúde, energia, alimentação, segurança, perfil do consumidor, mercado de entretenimento e a área da educação. “Hoje o professor precisa se reinventar. E temos a dificuldade de reter a atenção do aluno que tem fontes de informação na palma da mão. Com a Inteligência Artificial, os estudantes ficam mais suscetíveis a ela”, enfatizou. Cortiz, por sua vez, destacou como a indústria global e nacional estão se movimentando a partir da Inteligência Artificial e a maneira como as inovações podem impactar o mercado de trabalho, a oferta de vagas e o futuro das profissões. 

Pela tarde, 14 workshops divididos nas áreas pedagógica, tecnológica e socioemocional foram ministrados por personalidades da casa, como a Profa. Maria Lucia de Freitas Petrucci Ferreira, do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), e o Prof. Joaquim Pessoa Filho, da Faculdade de Computação e Informática (FCI), e especialistas externos, tais como Lionel Gamarra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, e Ricardo Limongi, professor de Marketing e Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás. 

No dia 24, a programação contou com uma dinâmica durante o Café com Conversas de Futuro, na qual os professores participantes trabalharam em grupos e apontaram dentre outras competências socioemocionais, o raciocínio analítico, a criatividade, o trabalho em equipe, a interdisciplinaridade e a autonomia intelectual como essenciais para a formação dos discentes para os anos 2030. Ainda, reconheceram a necessidade de se relacionar a teoria com a prática, em uma aproximação com as demandas do mercado de trabalho. Alinhado a isso, os grupos citaram inúmeras estratégias pedagógicas que já podem ser aplicadas frente ao novo cenário formativo, tais como estudo do meio, desafios em cenários reais, vivências práticas, design thinking, metodologias ativas e PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas). 

Em seguida, Luiz Bevilacqua, cientista brasileiro mais conhecido pelo seu trabalho como Presidente da Agência Espacial Brasileira e professor Emérito da UFRJ, e Marina Feferbaum, coordenadora do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI) e da área de Metodologia de Ensino da FGV Direito SP, ministraram palestras durante o painel “2030 em Perspectiva: Horizontes para a Educação Superior”, dialogando diretamente com os resultados preliminares da Café com Conversas de Futuro.  

Na fala de Feferbaum, o foco esteve nas tendências em sala de aula, como a urgência de se estimular e favorecer o protagonismo estudantil; a democratização da aprendizagem; o global-local, entendido como os impactos que a universidade promove à comunidade em seu entorno; a cidadania e sustentabilidade; o papel da tecnologia enquanto ferramenta; e o bem-estar e inclusão dos alunos. Bevilacqua enriqueceu tais reflexões ao pensar a estruturação atual da universidade e as mudanças necessárias para que as instituições possam ir ao encontro a essas tendências. “Se vamos mudar a universidade, é preciso que haja uma mudança importante em todo o sistema educacional, na organização das disciplinas, no modo de se comunicar com os estudantes”, afirmou Bevilacqua.    

Confira a seguir o vídeo produzido pelo Núcleo de Produção de TV e Desenvolvimento Acadêmico (NPDA) com destaques do evento.