No dia 05 de março, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Higienópolis, realizou seu primeiro evento acadêmico da agenda oficial dos 150 anos do Mackenzie, com o tema “O Conhecimento Científico e Tecnológico e a Inovação: desafios e perspectivas”.
A mesa foi composta pelos palestrantes convidados: o Coronel do Quadro de Engenheiros Militares do Exército Brasileiro, Juraci Ferreira Galdino, e o CEO da Quantum4 Innovation Solutions e ex-presidente da IBM Brasil, Ricardo Pellegrini. A moderação da conversa foi feita pelo professor Leandro Nunes de Castro, coordenador de Inovação e Tecnologias do Mackenzie.
O momento devocional de abertura ficou por conta do reverendo Gildásio Barbosa dos Reis e, logo após, o reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, fez sua saudação e agradeceu a presença do corpo administrativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), docentes e alunos, além das autoridades militares, os capitães de Fragata José Bartasevicius e Osmar Conceição.
Vasconcelos ressaltou a importância da inovação e do empreendedorismo e defendeu a intenção de gerar debates sobre o assunto, principalmente nos processos de ensino e aprendizagem. “Precisamos também inovar na forma de pesquisar, divulgar, ensinar e se relacionar com os alunos”, diz.
Visões diferentes, mas complementares
O painel formado trouxe perspectivas distintas, que transitam entre o público e o privado. Enquanto o Coronel focou no tema de inovação, apresentando como o Brasil investe e também envolve as forças armadas nesse processo, o CEO da Quantum4 teve como base as novas tecnologias, crescimento de startups e o papel das empresas privadas nesse processo.
É fundamental que o governo, a academia e a indústria comecem a trabalhar de forma sinérgica, visando o desenvolvimento da inovação, explica o Coronel Galdino.
“Estamos tentando, cada vez mais, contar com as empresas e as universidades para desenvolver tecnologias que são interessantes para o exército”, diz o Coronel.
Como explica o militar, promover a ciência, tecnologia e inovação é a mola propulsora do crescimento, produtividade e desenvolvimento econômico, além de garantir bem-estar social, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo Brasil, que não está em uma boa colocação no ranking de inovação. De acordo com o Índice Global de Inovação (IGI) divulgado em 2019, o país está no 66º lugar, tendo caído duas posições se comparado ao ano de 2018. O topo do ranking é ocupado por Suíça, Suécia e Estados Unidos.
Durante sua apresentação, Pellegrini falou sobre as novas tecnologias e como elas influenciam o mercado. Em sua opinião, nunca existiram tantas tecnologias disruptivas disponíveis ao mesmo tempo. “Isso é um risco para os estabelecidos e oportunidades para os estabelecidos e não estabelecidos”. Ao mesmo tempo, em sua opinião, a tecnologia virou um viabilizador de empreendedorismo.
Segundo o CEO, o setor privado tem que ter a iniciativa, dar oportunidades aos empreendedores, retreinar as pessoas a como lidar com o universo digital e também demandar o Governo. “O setor privado tem de ser protagonista e chamar o Governo e as universidades. O Brasil tem tecnologia e capital intelectual para isso”, pontua.
150 anos
Faz parte da identidade do Mackenzie incentivar o desenvolvimento da inovação e empreendedorismo. Dentre as várias realizações da Universidade, destacam-se as Incubadoras de Empresas, os programas de parcerias com setores produtivos da economia e a construção do Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo, batizado de INOVAMACK, que abrange infraestruturas, programas, processos e recursos para o impulsionamento de startups.
Nunes explica que o programa envolve ações de propriedade intelectual, “transferência de tecnologia, desenvolvimento de habilidades empreendedoras, de startups e novos negócios, baseados no conhecimento gerado na Universidade”. E complementa dizendo que oferecer uma palestra tão diversificada traz um contraste interessante, “já que podemos impulsionar aqueles que estão focados no desenvolvimento econômico do país e também o profissional de olho na segurança nacional”, completa ele.
Para o reitor, trazer este tema no ano do aniversário de 150 anos do Mackenzie é um marco. “Esse evento vem para somar, fortalecer e não deixar que essa pauta esfrie, afinal, ela é importante como perspectiva de nação, perspectiva institucional e de prática docente e de pesquisa”, completa.
O palestrante Pellegrini aproveitou para parabenizar o Mackenzie pela iniciativa de dar início às comemorações com esse tema. “Os alunos são os líderes do futuro e temos a oportunidade de transmitir nosso ponto de vista, para que eles possam processar e fazer seu próprio julgamento”, finaliza.
Capa: Coronel Juraci Ferreira Galdino, Leandro Nunes de Castro e Ricardo Pellegrini. Foto: Wilson Camargo/NTAI.