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Insônia: como identificar e tratar o distúrbio

15.02.2024 - EM Saúde e Bem-Estar

Coordenação


A insônia, doença caracterizada pela perda do sono frequente é cada vez mais comum. Dados coletados pela Associação Brasileira do Sono (ABS), em 2023, mostram que mais de 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono, o que representa cerca de 46% da população. Muitas vezes ignorada e tratada como algo “natural” ou não levada a sério, a síndrome pode afetar o funcionamento biológico e até a saúde mental.

Causas

Eduardo Fraga de Almeida Prado, psicólogo psicanalista e professor do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), afirma que as causas precisam ser sempre compreendidas como “multifatoriais”. Segundo explica, geralmente não há apenas um causador para a perda do sono. “Fatores biológicos, orgânicos, sociais e psíquicos podem influenciar para a perda do sono”.

Atualmente, o consenso entre os médicos e especialistas do sono é que tais causas fazem com que o organismo produza uma quantidade inadequada de serotonina, deixando o paciente com níveis hormonais baixos e com maior desgaste diário. “Quando pensamos em doenças que podem influenciar para o agravamento da insônia, dentre eles estão quadros de ansiedade, depressão e dor crônica”, destaca o médico.

Menopausa

Quando se trata de pessoas do gênero feminino, um dos fatores que contribui para quadros de insônia é a menopausa. Durante o período, é extremamente comum mulheres reclamarem sobre a perda do sono. “A insônia tende a afetar cerca de 30% a mais da população feminina. Se pensarmos na menopausa como um período de flutuação hormonal intensa, o aspecto biológico pode influenciar significativamente a qualidade do sono”, afirma o docente. Segundo ainda explica, os incômodos causados pela chegada do climatério podem causar a perda repentina do sono, insuficiência respiratória e suor em excesso, agravando os casos de insônia em mulheres.

Tratamento

No geral, a média de sono indicada para um adulto entre 25 e 64 anos é de 7 a 9 horas. No entanto, a quantidade de sono necessária para cada paciente é relativa - a depender da rotina, hábitos e outros fatores externos.

Para o paciente que suspeita que está com algum distúrbio relacionado ao sono, Prado recomenda o acompanhamento médico e terapêutico. “Psiquiatras, endocrinologistas, ginecologistas, clínicos gerais terapeutas e psicólogos poderão ter uma leitura ampla do caso específico”.

Durante o período de tratamento, de acordo com o especialista, é importante que o paciente evite o consumo de bebidas com cafeína, como café, refrigerantes de cola, energéticos e certos tipos de chá, além de evitar alimentos que contenham grandes quantidades de açúcar e refeições robustas antes de dormir. A prática de exercícios físicos regularmente também é uma aliada a curto e longo prazo para combate da insônia.