Universidade

Maria Helena de Moura Neves: uma homenagem com todas as letras

Docente mackenzista era uma das maiores pesquisadoras de gramática no Brasil 

19.12.202216h39 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Morreu no último sábado, 17 de dezembro, a professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Maria Helena de Moura Neves, que atuava no curso de Letras, tanto na graduação quanto no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL). Ela é considerada uma das maiores pesquisadoras na área da Linguística.

Neves começou a lecionar na UPM em setembro de 2003 e foi uma das professoras que permitiu ao PPGL chegar à nota máxima na CAPES. Ao longo da carreira, lançou mais de 20 livros, alguns considerados obras básicas no currículo de escolas e universidades no estudo da Gramática e da Linguística. Entre eles, lançou diversos dicionários da gramática da Língua Portuguesa, como “Gramática de Usos do Português”, “Gramática funcional: Interação, discurso e texto” e “A gramática do Português revelada em textos”. 

Ainda na UPM, ela venceu o Prêmio Ester Sabino na categoria Pesquisadora Sênior, honraria conferida a mulheres cientistas que contribuem para o desenvolvimento científico no estado paulista, concedido pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Também recebeu diversas homenagens de instituições de ensino brasileiras e internacionais. 

“Eu sempre queria saber por que é que um dia alguém disse ‘vamos fazer uma gramática?’; quer dizer, pensem naquelas sociedades primitivas, ainda em estado primitivo de desenvolvimento tecnológico, científico etc. O que precisaria haver em uma sociedade para alguém achar que iria fazer uma gramática?”, disse ela ao receber o Prêmio Ester Sabino, em fevereiro de 2022.

Em suas aulas, Maria Helena de Moura Neves enfatizava sempre a necessidade de se estudar as regras gramaticais em seus usos. Para ela, não seria possível estudar a gramática sem analisar textos, pois ela deveria sempre servir à língua portuguesa e não o contrário. A regra não deveria ser a base de tudo, pois a língua é viva e está sempre em transformação. 

A língua é viva, assim como seus ensinamentos, que permanecerão vivos e seguirão ecoando alto, em todas as letras.