Este artigo fornece aos leitores uma estrutura analítica para melhor compreender a racionalidade da corrupção e sua perpetuação no setor de saúde durante as pandemias de coronavírus. Para prosseguir com a tarefa anterior, ele embarca na integração de percepções da Nova Economia Institucional, da Teoria da Escolha Pública e da Escola Austríaca de Economia para apresentar uma explicação de negócios corruptos que revelem seus mecanismos causalmente relevantes. Seu objetivo é esclarecer os riscos de corrupção decorrentes de mudanças na legislação que enfraqueceram as regras de compras públicas e, portanto, tornaram o sistema de saúde brasileiro mais vulnerável a atos de corrupção. O artigo conjectura que o aumento da incerteza, as informações assimétricas e a diminuição dos canais de transparência desempenharam papéis importantes no desencadeamento de práticas corruptas, como suborno, propina, desfalque, tráfico de influência e clientelismo. Mais precisamente, ele argumenta que a busca de renda e o empreendedorismo político predatório são duas forças motrizes por trás das bolsas corruptas no Brasil e seus riscos em tempos de pandemia COVID-19. Ele oferece algumas evidências de que os escândalos de corrupção no estado do Rio de Janeiro são um bom caso para mostrar o valor explicativo da abordagem teórica proposta. Ele termina encerrando o argumento geral, apresentando algumas implicações políticas e questões para pesquisas futuras.
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