Na quinta-feira, dia 18 de maio, foi realizado o evento inaugural do Projeto de Pesquisa em Governança Energética e Políticas Públicas do Centro de Estudos Avançados em Políticas Públicas e Integridade (Mackenzie Integridade - CEMAPI), em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Com convidados nacionais e internacionais, os painéis debateram o cenário jurídico e regulatório da transição energética, bem como as políticas públicas de fomento a investimentos e financiamentos do novo mercado.
Confira um dos temas discutidos a seguir.
Perspectiva econômica
O chefe geral da Embrapa AgroEnergia, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Alexandre Alonso, trouxe uma perspectiva de outras iniciativas de inovação e tecnologia que já tiveram sucesso no Brasil no passado e lembrou que será preciso diversificar a matriz energética, não só modificando as fontes com alta emissão de carbono pelas limpas, mas também ampliando o leque de opções, o que traz segurança.
“Como nosso consumo de energia per capita ainda é pequeno, quando projetamos expansão econômica, verificamos que será preciso crescer em relação à geração de energia, mas ela tem de ser sustentável. A meu ver, uma das fontes renováveis mais interessantes é a energia advinda de fontes biorrenováveis, como a de biomassa, mas que ainda é muito dependente da cana e da soja aqui no Brasil”, disse Alonso.
Já o professor livre docente da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP), Weber Amaral, deixou claro que há um investimento financeiro imenso para que se consiga efetivar a transição energética. De acordo com ele, que deu de exemplo a situação dos EUA, essa transição lá não é feita só em benefício do clima, mas sim por uma questão de mercado e competitividade.
Ele mencionou ainda a questão dos carros elétricos, que enxerga como uma medida pequena dentro do quadro total, especialmente quando se coloca em perspectiva a sucata gerada quando as baterias são danificadas. “Isso pode ser considerado como consequências não intencionais de uma política energética, portanto, é preciso levar em consideração e medir esses impactos ao longo de toda a cadeia e não apenas em um aspecto específico”, adiu ele.
O professor rememorou que temos no Brasil, já há mais de dez anos, um programa de agricultura de baixo impacto de emissão de carbono que é modelo, sendo considerado o mais eficiente entre diversos países, sejam de clima temperado, sejam tropical.
Para finalizar, o diretor do CEMAPI, Antonio Carlos Rodrigues do Amaral, que é também professor de Direito da UPM, trouxe algumas reflexões sobre temas que ainda devem ser discutidos com mais profundidade para que se possa estabelecer uma política de transição energética adequada.
Dentre os tópicos estiveram: hidrogênio e tributação, verificando as cadeias de valor na transição energética; mobilidade urbana; precificação de carbono; e a geração de negócios, sobre como financiar estes grandes empreendimentos que afetam a infraestrutura.
Confira outros temas discutidos nas matérias abaixo:
Mackenzie Integridade debate políticas públicas em energia e desenvolvimento sustentável
Conferência sobre energia e políticas públicas do Mackenzie Integridade debate regulação
Assista o evento na íntegra abaixo: