Aula Magna para os ingressantes da Pós-Graduação Stricto Sensu

Evento teve como palestrante a irlandesa Dra. Connie MacManus

30.08.2017

Compartilhe nas Redes Sociais

“Só para esclarecer, na minha cabeça eu falo português sem sotaque e não erro concordância”. Foi assim que a doutora Concepta Margaret MacManus Pimentel começou sua palestra, já arrancando risadas do público. A irlandesa, que atualmente é diretora de Relações Internacionais da Capes e membro da Academia Brasileira de Ciências, deu uma Aula Magna para os ingressantes da Pós-Graduação Stricto Sensu nesta segunda-feira, 29, no Auditório Escola Americana.

Em sua palavra de boas-vindas o pró-reitor de Pesquisa Paulo Batista Lopes quis acalmar os novos alunos em sua nova jornada: “Não fiquem assustados. A vida é dura mesmo e o mestrado e doutorado não são tão duros quanto a vida”. Enquanto o vice-reitor, Marco Tulio de Castro Vasconcelos, lembrou do propósito de colocar o conhecimento a serviço da população.

Com o tema “Metas para a Internacionalização da Pós-Graduação Stricto Sensu no Brasil”, MacManus começou sua palestra explicando que nasceu numa fazenda no norte da Irlanda e que seus pais sempre valorizaram muito a educação, pois nunca tiveram a mesma oportunidade trabalhando na fazenda: “Eu não sei como cheguei no Brasil”, brincou. Segundo ela nos anos 1970 a Irlanda era um país de terceiro mundo. “Mas os partidos políticos fizeram o pacto da educação. Muda o governo, mas não muda a educação”, disse. Hoje em dia a Irlanda é um país de primeiro mundo: “Tudo mudou por causa do pacto da educação. A educação é fundamental para que o Brasil avance. Nós temos uma capacidade enorme, mas temos que zelar pela educação de qualidade”.

Em sua fala MacManus esclareceu para que serve a internacionalização. “É um processo que integra a dimensão internacional e intercultural global nos objetivos, funções e oferta da educação pós-secundária”, explicou. Para ilustrar a necessidade de ampliarmos essa questão entre nossos pesquisadores ela citou a pesquisa feita pelo livro World of Research 2017, que dizia que 63% dos brasileiros não deixaram o país para fazer pesquisa. “O impacto dessas pesquisas é 25% abaixo da média mundial e são citados 40% menos. Enquanto para aquelas pessoas que tem uma experiência no exterior, o impacto na pesquisa é duas vezes a média mundial. Quer dizer que o simples fato de ter contato no exterior já aumenta a qualidade da pesquisa e aumenta a forma que ele está apresentando para a sociedade e também melhora o impacto”.