Jornalistas discutem a cobertura olímpica de Paris

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Encontro do CCL debate temas relacionados à inteligência artificial, comunicação, disrupção e ética 

25.09.2024 Eventos


Na última segunda-feira, 23 de setembro, o Centro de Comunicação e Letras (CCL), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), promoveu a palestra Cobertura Olímpica de Paris, durante o 19º Encontro de Comunicação e Letras, no campus Higienópolis. A edição, com o tema Inteligência Artificial: Comunicação, Disrupção e Ética, teve como objetivo capacitar os alunos a entender e aplicar as novas tecnologias na comunicação.  

Para discutir o assunto, foram convidados Beatriz Cesarini, jornalista do UOL; David Abramvezt, jornalista formado pelo Mackenzie, produtor e podcaster; e Marcel Merguizo, produtor da TV Globo. A mediação foi feita pelo professor do CCL, Anderson Gurgel. 

Para iniciar o bate-papo, Gurgel perguntou aos convidados como os veículos de comunicação enxergam a Inteligência Artificial (IA) e se, de fato, as IAs representam uma ameaça para o jornalismo. 

Marcel afirmou que as novas tecnologias são aliadas do jornalista e que eles não devem se intimidar diante delas. Ele mencionou, inclusive, que em uma série especial para o Fantástico, já começaram a utilizar IAs para transcrição, legendagem e dublagem em testes. 

Dando continuidade à palestra, Gurgel questionou como se prepara a cobertura de um grande evento esportivo, como se organizam em relação à direitos e concessões de transmissão, aspectos financeiros e como alimentam seus repertórios para falarem sobre 33 modalidades. 

Merguizo explicou que enfrentar o desafio de cobrir os 33 esportes que compõem uma Olimpíada é um processo gradual. O repertório deve ser construído ao longo dos quatro anos que antecedem o evento e, além de entender o funcionamento de cada esporte, é necessário ter conhecimento sobre outros assuntos, como política, geopolítica e medicina, pois temas correlacionados, como rendimento físico, podem surgir a partir do esporte, além de questões como a participação da Rússia nas Olimpíadas, onde competem como atletas "neutros". 

Os palestrantes também relataram que, antes do ano das Olimpíadas, dedicam tempo ao estudo dos atletas, identificando aqueles com potencial para serem medalhistas, pois são esses que serão o foco na cobertura. Assim, a preparação para criar um bom repertório esportivo envolve observar os destaques da seleção e, a partir disso, entender a modalidade. No entanto, isso não significa ignorar outras modalidades, mas sim, afunilar as informações para facilitar a cobertura. 

Por fim, Beatriz, David e Marcel comentaram sobre a nova concorrência no setor olímpico. Os veículos de comunicação passaram a competir não apenas entre si, mas também com influenciadores, que ganharam espaço na cobertura. Segundo Marcel, a falta de experiência de alguns influenciadores pode prejudicar a dinâmica da cobertura, pois eles não colaboram nas perguntas pós-medalha, fazendo com que outros jornalistas percam oportunidades nas coletivas de imprensa.