19.01.2022 Saúde e Bem-Estar
O Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) foi o palco do mais importante capítulo da história de superação do menino Bernardo, de 1 ano e 7 meses. Nascido em 2020 no município de Mangaratiba (RJ), o menino teve uma complicação no parto que ocasionou uma lesão no plexo braquial. A consequência foi a perda nos movimentos do lado esquerdo no ombro, braço e mão.
Aos três meses de vida, ainda no Rio de Janeiro, Bernardo passou por uma cirurgia com objetivo de reverter a situação, contudo o resultado não foi o esperado. Os pais do menino, Diogo e Mirielen, costumavam compartilhar fotos e vídeos nas redes sociais. Graças a isso, alguns meses mais tarde o caminho deles encontrou o neurocirurgião do HUEM, Dr. Thomas Marcolini.
Em um dia comum, o médico mexia em seu celular quando se deparou com uma publicação dos pais de Bernardo. Especialista em cirurgias de nervos periféricos, ele sentiu que poderia ajudar e decidiu entrar em contato com a mãe. “Ofereci a eles uma teleconsulta, sem compromisso, para eu poder ver o menino e avaliar melhor o caso”, relembra.
Após este primeiro contato, a família ficou animada e os diálogos se tornaram mais frequentes. O médico explicou que existiam, apesar de pequenas, chances de reabilitação com a realização do procedimento cirúrgico. “Pensamos no futuro do Bernardo, e se ele tivesse pelo menos 1% de chance de recuperação, já valeria a tentativa”, conta Mirielen.
A família de Bernardo reunida
Cirurgias
O casal arrecadou recursos com familiares, amigos e por meio de uma vaquinha online. Vieram para Curitiba em julho de 2021 atrás do sonho de ver o filho movimentando o braço. Foram dois dias de procedimento pelo SUS no centro cirúrgico do Hospital Evangélico Mackenzie, totalizando 16 horas.
“Foi uma cirurgia complexa e delicada. As primeiras 8 horas trabalhamos a renervação do ombro e no dia seguinte mais oito horas quando fizemos a renervação do cotovelo e da mão”, explica Marcolini.
Hoje, seis meses após a cirurgia já é notada uma significativa melhora. “Antes ele não reconhecia o braço como um membro do corpo dele. Após a cirurgia isto mudou. Hoje nós pedimos para ele fechar a mão, ele fecha, ele puxa, segura objetos. O cérebro aceitou o membro como dele e isso faz toda a diferença”, ressalta o neurocirurgião.
Mudança
Para fazer o acompanhamento pós-cirúrgico e a fisioterapia, o casal decidiu morar em Curitiba. A sensação em ver o menino mexendo o ombro e a mão é difícil para os pais conseguirem descrever em palavras. “Nos alegramos em cada movimento do Bernardo, ele é a alegria da nossa casa. Poder ver ele assim, não tem preço”, destaca o pai Diogo.
“Quando vimos ele mexer o braço pela primeira vez eu só conseguia chorar. Uma emoção inexplicável”, conta Mirielen, que também é mãe do Diego, de oito anos e do Theo, de três.
Segundo a mãe, em Mangaratiba não tinha especialista em fisioterapia neuropediátrica, por isso o casal optou por permanecer em Curitiba. Vivem no município de Colombo, na região metropolitana.
Gratidão
Sobre o atendimento no HUEM, a mãe de Bernardo é só elogios. “O atendimento foi ótimo, fomos muito bem acolhidos. Passamos 15 dias com o Bernardo internado direto, o tempo todo recebemos muita atenção de toda equipe”, diz ela.
Mirielen acredita que nada é por acaso. “Para mim não tem coincidência, tudo tem um propósito. Deus colocou o Dr. Thomas em nossas vidas, ele foi uma benção para nós. Sabemos que a recuperação é lenta, mas estamos muito felizes com o resultado das cirurgias. Nunca perdemos a esperança e somos gratos pelas pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui”, salienta.