Professor: uma construção individual e coletiva

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Professora escrevendo no quadro
II Seminário Internacional de Matemática Mackenzie contou com palestra ministrada por professora da Universidade de São Paulo (USP)  

29.09.2021 Eventos


Em comemoração aos 75 anos do curso de Matemática, a Faculdade de Computação e Informática (FCI) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) transmitiu, ao vivo, no dia 27 de setembro, a abertura do II Seminário Internacional de Matemática Mackenzie, com o tema Ser professora(a): uma construção individual e coletiva. A palestrante foi a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Rita de Cássia Gallego.

O evento on-line contou com intérpretes de libras e teve como objetivo instruir os futuros professores. O reverendo José Carlos Piacente fez o momento devocional nos primeiros minutos do evento e, em seguida, o reitor da UPM, professor Marco Tullio de Castro Vasconcelos, saudou os discentes e expressou sua gratidão por suas vidas. “São jovens que nos trazem alegrias, nos dão motivação para fazer o nosso trabalho”, acrescentou o reitor.

A mediação foi realizada pelo diretor do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT) da UPM, professor Marcelo Martins Bueno, que se mostrou grato pela trajetória do curso. “São 75 anos formando bons professores de Matemática. Valorizar o educador e a educação tem sido a marca do Mackenzie”, pontuou.

A profissão do docente 

No primeiro momento, Rita de Cássia falou sobre a identidade do professor. “Você, sendo um professor comprometido, está marcando a vida desse sujeito (o aluno). Se você entrar na sala de aula, você toca, necessariamente, a vida de muitos sujeitos, assim como seus professores tocaram as suas vidas”, destacou. A convidada tornou sua participação dinâmica por meio de interações na plataforma Mentimeter, comentando também as considerações feitas pelos espectadores no chat

A professora também expôs a obra “Operários”, de Tarsila do Amaral, e perguntou qual a relação entre o quadro e a profissão docente. Ela mostra sua visão de que muitas vezes os professores são tratados como massa. “Fazemos parte desse projeto coletivo de formação e muitas vezes nos veem como essa massa, sem identidade, sem local, sem momentos de formação”, criticou.

Ela ainda acrescentou que ser professor é se juntar a uma classe profissional organizada. “A gente tem a luta pelos direitos, um código que nos aproxima como profissionais e também um processo de profissionalização”, diz. Entretanto, a palestrante apresentou um outro lado, o caminho das histórias individuais.

“Quem são esses sujeitos (professores) como pessoas? Onde estudaram? Onde se formaram? Quais foram as suas raízes? Como eles se tornaram professores? Onde aprenderam a ser professores? Que experiências tiveram? Essa diversidade, que vai saltando aos nossos olhos, nos mostra que cada um aqui presente, que atua como professor, tem a sua marca”, exemplificou Rita.  

Provocando uma reflexão, a palestrante perguntou aos estudantes se eles sabiam como construir suas próprias marcas e, ao decorrer da palestra, explicou sobre os saberes essenciais para atuar como docente, que segundo o filósofo e professor de sociologia da Faculdade de Educação da Universidade de Montreal, Maurice Tardif, são quatro núcleos de saberes docentes: profissionais/científicos; experiência; disciplinares e curriculares. “O Tardif traz uma ideia que eu considero sensacional, a de que os saberes são transitórios e são plurais”, expressou. 

A palestrante comparou a profissão de professor com uma árvore e convidou os espectadores a refletirem como seria representada a árvore da vida de cada um, questionando: quais minhas origens, escolas e professores marcantes? (representando as raízes da árvore); como me represento hoje? (tronco); e como me projeto? (folhas). Rita também esclareceu dúvidas dos alunos ao final de sua apresentação. 

Além das autoridades já citadas, também estavam presentes no encontro a coordenadora dos Programas de Pós-Graduação, professora Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira, que representava o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Felipe Chiarello; a diretora da FCI, Daniela Vieira Cunha; e a coordenadora do curso de matemática, Vera Lucia Azevedo.

Confira o evento na íntegra aqui