Neste dia 27 de agosto, quando celebramos o Dia do Psicólogo, o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), promoveu um evento especial para homenagear os profissionais que desempenham um papel crucial na promoção da saúde mental e bem-estar da sociedade. Com palestras no auditório Escola Americana, campus Higienópolis, e outras atividades em salas, a comemoração foi marcada também pelos 30 do Serviço-Escola Clínica Psicológica Alvino Augusto de Sá.
O chanceler do Mackenzie, Robinson Grangeiro, que é também psicólogo, esteve na abertura do evento ao lado do pró-reitor de Extensão e Cultura (PREC), Cleverson Pereira de Almeida, doutor em Psicologia Social, e do diretor do CCBS, professor Jan Carlo Delorenzi.
De acordo com Grangeiro, constatamos a cada dia que a sociedade está adoecida, da alma, das emoções, de tantos conflitos. “Muitas vezes, este torvelinho de emoções acaba se refletindo nas muitas dificuldades de relacionamento, na atuação profissional. Cuidar da alma é alguma coisa profilática e algumas vezes precisa ser, obviamente, terapêutica. Conhecer-se é fundamental para também conhecer e se relacionar com o próximo. Questões auxiliadas pelo trabalho do psicólogo”, disse.
Para o chanceler do Mackenzie, é preciso enxergar o humano de forma integrada, como corpo, alma e espírito que se se relacionam, que afetam um ao outro. “Quando adoecemos fisicamente, também nos abatemos emocionalmente, e o contrário é também verdadeiro. Quando olhamos ser humano como um todo, não departamentalizamos nem dicotomizamos o que é material e o que não é material, o que é religioso e que não é religioso”, aconselhou.
Grangeiro deixa claro que é preciso construir esse diálogo, uma interação interdisciplinar, com respeito próprio aos pressupostos e premissas de cada área de conhecimento e de formação, mas sempre olhando para às demais áreas não como opositoras, mas complementares. “Acredito que, se buscarmos, encontraremos mais semelhanças do que diferenças, mais convergências do que divergências”, afirmou.
Segundo ele, essa postura tem a ver, inclusive, com a maturidade emocional das pessoas. “Um bom ponto de vista é começar a partir do ser humano como um ser que a gente não disseca, não separa órgãos nem processos. A emoção tem uma racionalidade e a racionalidade tem um aspecto emocional. Tudo isso está envolvido no nosso ser, que atravessa e se atravessa por questões transcendentais, misteriosas que a ‘vã ciência’ não consegue discernir”, adicionou Grangeiro.
Pessoas reais
A primeira mesa tratou da comemoração dos 30 anos do Serviço-Escola no Dia da Psicóloga, com a participação dos professores e convidados: Berenice Carpigiani, Flávia Blikstein, Susete Figueiredo Bacchereti, Maria Regina Brecht, Sandra Ribeiro de Almeida Lopes e Jaqueline Souza Parisoto, responsável técnica pela Clínica Escola de 2015 a 2019. A mediação ficou por conta da professora Camila Cruz Rodrigues.
Em sua fala, Jaqueline, que é também formada pelo Mackenzie, destacou como é bom estar de volta a sua casa e o prazer de dividir a mesa com tantas profissionais que admira. Ela destacou que trabalhar no serviço-escola foi uma das experiências mais transformadoras e de amadurecimento que ela teve. “É uma oportunidade para alunos, professores, supervisores, pacientes e instituições parceiras, de ter um lugar que faz uma articulação entre as necessidades de todos esses atores, que cumpre uma posição de acolhimento e cuidado ético e teórico, e que visa oferecer qualidade em todos os serviços prestados”, adicionou.
Jaqueline contou que o serviço-escola é mais do que um espaço para cumprimento de carga horária de estágios obrigatórios exigidos pelo MEC. “Os pacientes que nos procuram são reais, com histórias reais, sofrimento, angústias. As instituições parceiras fazem atendimentos à comunidade. As demandas que surgem no serviço-escola são verdadeiras”, lembrou.
Segundo ela, ter o nome do Mackenzie da clínica adiciona ainda mais seriedade e compromisso ao trabalho desenvolvido, especialmente no campo da ética. “Tudo isso me ajudou a ampliar meu olhar, a refinar minha escuta. Minha atenção para com o humano e com a subjetividade se expandiu. Ter aprendido, dividido, trocado e compartilhado tantos dias, experiências e tantas histórias, contribuiu para a profissional e para a pessoa que sou hoje”, completou Jaqueline.
Programação da tarde
A programação da tarde contou com sessão sobre “Psicologia: Saúde e Clínica”, mediada pelo Eduardo Fraga e que trouxe os convidados Agnes Ayumi Shiroma Mori, psicóloga mackenzista, com experiência em Psicologia Hospitalar; Daniele Pereira Bezerra, psicóloga especialista em Neuropsicologia que atua no âmbito hospitalar neurológico; Carolina Teixeira Scarfi, psicóloga especialista em psicomotricidade; e Victor Nascimento Chimenti Oliveira, psicólogo especialista em terapia cognitivo-comportamental, com foco no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo.
A outra atividade da tarde trouxe a temática “Psicologia Social e Institucional” com mediação da professora Bruna Suruagy do Amaral Dantas, com as convidadas Brenda Dantas, psicóloga mackenzista com experiência em pesquisa, políticas públicas e atuação clínica na abordagem Histórico-Cultural; e Lara Albino, psicóloga mackenzista que está se especializando em Psicopatologia e Saúde Pública.
As comemorações e ações do Dia do Psicólogo foram uma oportunidade para refletir sobre a importância da saúde mental e reconhecer o trabalho incansável desses profissionais que, diariamente, ajudam a transformar vidas.