Comunicação não violenta: maneiras de implementar no trabalho

11.07.202410h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Comunicação não violenta: maneiras de implementar no trabalho

A comunicação não violenta (CNV) é um estilo de comportamento comunicativo desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, cujo objetivo é entender, por meio da empatia e escuta ativa, as necessidades e solicitações das pessoas. Esse enfoque encoraja e incentiva os indivíduos a expressarem seus sentimentos sem culpar ou criticar o próximo.

Este estilo de comunicação possibilita criar conexões que permitem que todas as necessidades sejam harmoniosamente atendidas, além de ser uma forma pacífica para resolver conflitos e estreitar laços em qualquer tipo de relacionamento. No contexto profissional, aprender a utilizar a comunicação não violenta é um fator essencial para melhorar o ambiente de trabalho e criar um ambiente mais colaborativo entre colegas. Neste artigo, vamos aprender como utilizar a técnica na prática.

Observação

O primeiro passo na comunicação não violenta é observar sem julgar - isso significa descrever o que está acontecendo de forma objetiva, sem adicionar interpretações pessoais ou críticas. Por exemplo, em vez de dizer "Você nunca me escuta", você pode dizer "Ontem, quando eu estava falando do meu dia, você estava olhando para o seu telefone". Esse tipo de observação neutra evita defensividade e abre espaço para um diálogo mais construtivo.

A abordagem também se prova útil no contexto profissional. Imagine que, em uma reunião de equipe, um colega frequentemente interrompe os outros enquanto estão falando. Em vez de fazer uma observação julgadora como "Você é sempre interrompido e não deixa ninguém falar", é possível abordar o tema de forma neutra: "Durante a reunião, você falou enquanto outras pessoas estavam apresentando suas ideias". A forma de observação descreve o comportamento específico sem adicionar julgamentos ou críticas, o que ajuda a manter o diálogo construtivo e focado em resolver o problema.

Sentimentos

Após a observação, o próximo passo é expressar seus sentimentos de maneira honesta. Isso envolve identificar e comunicar como você se sente em relação ao que observou. Utilizar frases que começam com "Eu me sinto..." ajuda a centralizar a conversa em suas emoções, evitando acusações. Por exemplo, "Eu me sinto frustrado quando estou falando e não sou ouvido" é uma forma clara de expressar seus sentimentos sem culpar a outra pessoa.

Igualmente, a expressão de sentimentos é uma ferramenta poderosa no ambiente de trabalho. Por exemplo, pode acontecer que, em uma reunião, se perceba que suas ideias não estão sendo consideradas. Em vez de dizer "Ninguém liga para o que eu digo", expresse seus sentimentos de maneira honesta: "Eu me sinto desanimado e desvalorizado quando minhas sugestões não são discutidas ou consideradas durante as reuniões". Ao descrever suas emoções, você comunica claramente como a situação está afetando você, sem culpar seus colegas, o que facilita um diálogo mais empático e produtivo.

Necessidades

O terceiro componente da CNV é identificar as necessidades subjacentes aos sentimentos que você expressou. Reconhecer e verbalizar suas necessidades é crucial para que a outra pessoa entenda o que está por trás de seus sentimentos. No exemplo anterior, você pode dizer: "Eu me sinto frustrado quando não sou ouvido porque eu preciso sentir que minha experiência é valorizada e que estou sendo compreendido".

Expor suas necessidades no trabalho é essencial para que o andamento e a fluidez não se percam. Após observar problemas e comunicar o que sente, é possível identificar e comunicar suas necessidades: "Eu me sinto preocupado e sobrecarregado quando a comunicação da equipe não é clara" . Ao verbalizar suas necessidades dessa forma, seus colegas passam a entender o que é essencial para você, facilitando a busca por soluções que atendam a essas necessidades.

Pedidos

Finalmente, a CNV envolve fazer pedidos claros e concretos que possam atender às suas necessidades. Esses pedidos devem ser específicos e realizáveis, e não devem ser demandas. Um bom pedido no contexto do exemplo anterior seria: "Você poderia, por favor, colocar o telefone de lado e me ouvir por alguns minutos enquanto eu falo a respeito do meu dia?". Ao fazer um pedido claro e respeitoso, você facilita a cooperação e aumenta as chances de suas necessidades serem atendidas.

Procure ser específico em seus pedidos. Por exemplo, se você notar que as reuniões de equipe frequentemente se desviam do tópico e isso atrasa a conclusão dos projetos, faça um pedido: "Eu me sinto frustrado quando nossas reuniões se prolongam porque precisamos concluir nossas tarefas a tempo. Poderíamos, por favor, estabelecer uma agenda clara para cada reunião e designar alguém para monitorar o tempo, para que possamos nos manter focados e eficientes?" Este pedido é específico, viável e respeitoso, facilitando a cooperação e aumentando as chances de suas necessidades serem atendidas.