Na tarde do dia 30 de outubro, o Mackenzie realizou um culto de Ações de Graças pelos 507 anos da Reforma Protestante. O evento, conduzido pela Chancelaria Mackenzie, aconteceu na capela do campus Higienópolis, onde autoridades do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), professores, estudantes e colaboradores se reuniram em celebração. A ocasião foi marcada pela pregação do reverendo Robinson Grangeiro, chanceler do Mackenzie, e pela apresentação musical do Quarteto Jahn Sorheim, que trouxe uma atmosfera de reverência ao evento.
O reverendo Grangeiro deu início ao sermão relembrando os princípios fundamentais da fé reformada, conhecidos como as "Cinco Solas": Sola Scriptura (somente a Escritura); Sola Fide (somente a Fé); Sola Gratia (somente a Graça); Solus Christus (somente Cristo); e Soli Deo Gloria (glória somente a Deus). Em suas palavras, Grangeiro destacou que esses pilares não foram formulados durante a Reforma em si, mas somente entre os anos de 1916 e 1960, no século XX, aparecem sistematizados como os conhecemos.
No entanto, o chanceler mencionou o compromisso de reformadores como Martinho Lutero e João Calvino com esses fundamentos, que, mesmo não sistematizados à época, eram a base da Reforma. Grangeiro ressaltou, ainda, que grandes artistas cristãos, como Johann Sebastian Bach, por exemplo, assinavam suas obras com a frase Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus), como uma expressão de fé e humildade.
Além das Cinco Solas, o chanceler propôs a ideia de um “sexto sola” - Solo Eclesia, ou "somente a igreja" -, enfatizando o papel da igreja como "uma agência de Deus na história e espaço no qual a salvação e a comunidade de fé se materializam", disse ele. Ao pregar sobre a carta de Efésios, Grangeiro reforçou a ideia de que "a igreja é o coroar de um propósito divino”, sendo tanto “família de Deus quanto santuário”, um lugar para que os fiéis vivam sua fé e servindo como “sinalização do eterno”.
Em sua mensagem, o reverendo destacou o sentido de comunidade e de pertencimento como central à experiência cristã, lembrando que a salvação nos integra a um povo que compartilha do mesmo compromisso espiritual. Ele comparou essa ideia à parábola do Filho Pródigo, observando que a reconciliação promovida por Deus entre os povos se estende a todos: os que estavam perto ou distantes, das antigas e novas alianças, reunindo os irmãos como família, graças ao amor do Pai, assim como acontece na parábola.
Outros momentos de oração foram conduzidos pelo reverendo Gildásio Jesus Barbosa dos Reis, capelão universitário, que agradeceu pelo legado dos reformadores; pelo reverendo José Carlos Piacente Jr., capelão universitário, que realizou uma oração em adoração a Deus; e pelo reverendo Roberto Alves de Alencar, capelão institucional, que realizou a oração de contrição. As leituras da palavra foram feitas pelo reverendo Rickson Roque, destacando que "o justo viverá pela fé", e pela colaboradora da capelania Fernanda Salvador, que leu o Salmo 66.
Entre os hinos em louvor a Deus que compuseram o culto, esteve o tradicional Castelo Forte, de Martinho Lutero, entoado pelo quarteto de vozes composto por Robinson Godoi, Renato Pereira, Davi Malheiros e Marcos Gonçalves, bem como a pianista regente Lígia de Mattos, reafirmando o espírito de celebração e reflexão sobre o legado da Reforma.
O reverendo Grangeiro incentivou todos os colaboradores e membros da comunidade mackenzista a buscarem suas próprias comunidades de fé, fortalecendo, assim, os laços espirituais e comunitários que sustentam o Mackenzie desde sua fundação, mas em especial a Igreja de Cristo. O evento foi um convite para que os presentes relembrem e vivam os princípios da fé reformada, marcando o aniversário de 507 anos da Reforma, celebrado em 31 de outubro, com gratidão pelo movimento que renovou a igreja e reafirmou a centralidade de Cristo e da graça de Deus na vida cristã.
O culto também contou com uma homenagem ao reverendo Heber Carlos de Campos, do Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ), em celebração ao seu aniversário, quando Grangeiro convidou Campos a realizar a oração e bênção final.
Acompanhe o Culto completo a seguir: