10.05.2020
A saudade será um dos muitos sentimentos que estará presente nos lares de milhares de pessoas neste domingo, 10 de maio, em que comemoramos o Dia das Mães. Em meio à pandemia do coronavírus, muitas mães estão na linha de frente do combate à doença, pois são médicas, enfermeiras, farmacêuticas e diversas outras profissionais que integram a lista de atividades essenciais, e estão empenhadas no controle da doença. Conversamos com algumas destas mães guerreiras que integram a família mackenzista para contarem um pouco deste momento único que vivemos.
Por conta do risco de contágio, algumas profissionais têm ficado em isolamento social até mesmo da família. É o caso da médica intensivista do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), de Curitiba, Mariana Digiovanni, que a cada caso suspeito da doença atendido, avalia quando poderá ver os filhos novamente. “Os filhos, para mim, são a parte mais difícil, poucas coisas me abalam, mas ficar sem eles é uma delas”, confessa. No geral, os encontros com os pequenos acontecem a cada 15 dias, quando passa de dois a três dias com a família.
A farmacêutica do Centro de Especialidades Oncológicas do HUEM, Nathália Medeiros Santos, tem passado a semana em isolamento e deixa para ver os filhos nos finais de semana. “A saudade é o que mais incomoda. Não poder abraçar os filhos e colocar para dormir durante a semana certamente é o que mais me dói. Sinto falta de poder abraçar e beijar a minha família”, indica.
Em todos os relatos que colhemos, é possível notar a saudade. Também fica claro a luta, o empenho e os temores destas profissionais que precisam tratar pessoas que foram diagnosticadas com o novo coronavírus.
“Estar na linha de frente é sentir um misto de sentimentos: medo, preocupações, rejeição, embalados por uma sensação de orgulho e coragem, sabendo que vamos fazer parte e com certeza ser o diferencial na vida do paciente no processo da doença e também na sua recuperação”, diz a enfermeira do HUEM, Aline Duarte Gomes Pinho.
Em meio à incerteza, medo, coragem e orgulho, as profissionais seguem empenhadas no combate ao coronavírus. “Estamos trabalhando firme, pois escolhemos essa profissão e temos que fazer bem feito e com amor, porém existem dias que angústia e medo falam alto”, declara a enfermeira do Hospital Evangélico Dr. e Sra. Goldsby King - Mackenzie, em Dourados, no Mato Grosso do Sul, Sirley Galli.
Lidar com as dificuldades dos pacientes são um desafio a mais. “O que marca são os pacientes pedindo, pelo olhar, ajuda, pois sabemos as dores que estão sentindo, afinal, de alguma forma também sentimos essa dor, por sermos seres humanos”, afirma a auxiliar administrativa do setor de internamento do HUEM, Thainá Paraviso.
Para todas estas profissionais da saúde que conversamos, e para diversas outras famílias, esse Dia das Mães será um pouco diferente, talvez um pouco mais difícil. Porém, estas histórias, de saudade, superação, dedicação, compaixão, entrega e comprometimento podem servir de inspiração para que esse período de pandemia possa ser superado com a ajuda de todos. Mesmo a distância, conectem-se com as pessoas amadas e celebrem a vida.
Feliz Dia das Mães!