O Centro de Educação a Distância (CEDaD), da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), iniciou, na segunda-feira, 06 de dezembro, a Jornada EaD Mackenzie, com uma live com o tema O Acesso ao Ensino na Sociedade Brasileira: possibilidades e desafios da EaD. A palestra foi seguida de uma série de oficinas temáticas diversas e o evento se encerra na quarta-feira, 08 de dezembro.
A palestra contou com a participação do reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, e do presidente da Associação de Moradores de Paraisópolis e presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues. Eles discutiram aproximações entre universidade e comunidade, tendo como base a educação que transforma vidas.
“A educação deve ser usufruída por todas as pessoas, sem distinção de classe ou cor. A educação faz sentido e tem efeitos práticos em todo mundo que tem contato com ela. A vida do professor é maravilhosa no sentido de poder testemunhar, todos os dias, processos de transformação na vida de diversas pessoas”, disse o reitor da UPM.
Marco Tullio também afirmou ser necessário aproximar a Universidade da comunidade, já que, a partir da educação, podem ocorrer transformações na vida das pessoas e na sociedade. “O nosso desejo é que tudo aquilo que aprendemos aqui seja compartilhado com o máximo de pessoas pelo Brasil afora. O papel da Universidade é ouvir o entorno, distante e próximo”, declarou.
Gilson Rodrigues começou sua fala contando sobre a sua história: ele veio, ainda criança da Bahia e, desde então, morou em Paraisópolis. “Sempre fui visto como uma pessoa que estava predestinado a dar errado”, contou ele, que, na infância, sempre ouviu comentários sobre ser uma criança 'solta'.
Segundo o presidente do G10 Favelas, foi a partir da educação que sua história começou a mudar. “Eu fui estudar e trabalhar, e estou tentando 'virar gente' todos os dias”, disse.
De acordo com ele, o país passa por uma enorme crise social e financeira, e os moradores de comunidades, como Paraisópolis, são os primeiros a sofrerem as consequências. “O Brasil está enfrentando uma crise complicada e a educação pode oferecer uma possibilidade, abrindo caminhos para transformação dessa sociedade”, declarou.
Por fim, Rodrigues também manifestou o desejo do Mackenzie ampliar as parcerias que já existem na comunidade. “Uma Universidade que vem aqui, monta projetos e dá protagonismo para os moradores, é a forma de a gente conseguir pressionar governo e sociedade para promover mudanças”.
“É impossível a pessoa não ter contato com a realidade e não ser tocado por ela. Por isso, precisamos trazer pessoas para conhecer a favela. Não sonhamos com a pobreza, mas sim em nos transformar, em ter dignidade, para que possamos ter um país melhor”, finalizou.