As mulheres encaram diariamente desafios impostos pela sociedade, como a desigualdade salarial e de oportunidades; no esporte esse é um cenário comum. Em 1941, foi decretado pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) uma proibição na qual as mulheres eram impedidas de praticar esportes, tais como lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo aquático, rugby, halterofilismo e beisebol.
Com o tempo, elas foram conquistando cada vez mais seu espaço e o decreto que as impedia de realizar a atividade física de sua preferência foi revogado. Devido à maior inserção das mulheres na sociedade, hoje elas são inspiração para muitos admiradores e têm a liberdade de compartilharem suas trajetórias, os desafios que já enfrentaram e seus pensamentos por onde passam.
Por isso, conversamos com três esportistas do Mackenzie para saber um pouco mais sobre suas carreiras e visões. Conheça nossas atletas:
Jady Malavazzi é patrocinada pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) e atleta de handbike, mas sua história no esporte começou no basquete em cadeira de rodas. Conheceu o paraciclismo em 2010, e hoje faz parte da seleção brasileira. Seu foco é trazer a medalha para casa, mas muito mais que isso, ela têm grande desejo de ajudar outras pessoas a se iniciarem no esporte e também a se desenvolverem no paraciclismo no Brasil. “Quero dar a mesma oportunidade que eu tive de transformar completamente minha vida com o esporte”, conta Malavazzi.
Jady Malavazzi
Simone Formiga é mãe, diretora técnica de nado artístico da Federação de Desportos Aquáticos do Distrito Federal (FDADF), professora de Educação Física no Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) Brasília e treinadora da equipe de nado artístico, onde é inspiração para suas alunas. “Me sinto responsável em passar valores que as tornarão mulheres fortes, capazes de fazer a diferença na sociedade, independentemente do caminho e profissão que almejam seguir”, expressa a treinadora. Assim como na trajetória de Jady, o esporte também foi transformador para Simone.
Simone Formiga
Júlia Alboredo é atleta do xadrez, estudante de Química da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e está à frente do projeto “Damas em ação”, que incentiva a inclusão das mulheres no xadrez. Atualmente, Júlia ocupa a segunda posição do Ranking Brasileiro e sonha em alcançar a de número 1. E ela sonha ainda mais alto, quer conquistar o título de Grande Mestre, posto máximo que se pode alcançar no xadrez. A enxadrista também faz ações para popularizar a modalidade na Twitch e no YouTube. Sobre sua inspiração, Júlia é bem clara, “a enxadrista que mais me inspira é Judit Polgar, uma das melhores jogadoras do mundo, que jogou contra homens e chegou onde nenhuma mulher conseguiu até hoje”.
Júlia Alboredo
Representatividade no esporte
Para Simone Formiga, a mulher é sinônimo de força de vontade, resiliência e perseverança. “No esporte, ela exerce a sua autonomia, seu poder de escolha, a superação física, psicológica e sua veia competitiva, mostrando para a sociedade e para ela mesma, o quanto é capaz como atleta e ser humano em fazer a diferença por onde atua”, afirma a professora.
Jady Malavazzi acredita que homens e mulheres, para conseguir resultados, necessitam de esforço e dedicação. “Nada mais justo do que a mulher ser valorizada tanto quanto o homem. A importância da igualdade de gênero é mostrar que a mulher precisa ter seu espaço, ela tem potencial para estar lá e por meio do esporte isso se refletirá na sociedade”, expõe a atleta. Ela ainda acrescenta que as mulheres têm ganhado mais espaço no esporte por mostrar resultados.
No xadrez, Júlia Alboredo observa que, mesmo sendo pequena a participação das mulheres, isso tem aumentado ao longo dos anos. “Um fator que acho muito importante são as referências e, sem dúvida alguma, após lançamento no mercado de entretenimento de séries sobre o tema, houve um aumento na prática e introdução de mulheres a esse esporte”, relata a enxadrista.
Visões em comum
Você também tem vontade de entrar para o universo do esporte? As três esportistas concordam que você é capaz!
“Com muita disciplina, fé e responsabilidade, nunca deixem de lutar pelos seus sonhos. Espalhem amor, empatia e continuem lutando pelo seu espaço, valorização no ambiente esportivo e na sociedade”, aconselha a técnica de nado artístico.
“Os desafios para um atleta são grandes, mas com certeza nós, mulheres, temos nosso espaço, é só ter muita perseverança que você chega lá”, instrui Jady Malavazzi. Por fim, Júlia Alboredo também deixa seu conselho: "Siga com o trabalho árduo e honesto que os resultados virão”, finaliza.