19.06.2023 Atualidades
O recente surto de febre maculosa desperta atenção dos médicos e da sociedade. Os primeiros casos surgiram no início de junho, após um evento em uma fazenda com aproximadamente 3 mil pessoas, na região de Campinas, interior de São Paulo.
Importante ressaltar que a doença não é transmissível e já era conhecida. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023 foram confirmados 60 casos de febre maculosa e 11 óbitos. No ano passado, foram 190 casos e 70 mortes.
De acordo com o médico infectologista e docente de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), Marcelo Eichholzer de Oliveira, a febre maculosa é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos do gênero Amblyomma sp, e causada pela bactéria Rickettsia rickettsii.
“A doença recebe esse nome devido à presença de manchas vermelhas, as máculas, na pele dos pacientes. Quando uma pessoa é picada por um carrapato infectado, encontrado principalmente em animais selvagens, como capivaras e cavalos, a bactéria Rickettsia rickettsii é transmitida para o organismo, levando ao desenvolvimento da febre maculosa”, explica o médico.
Os sintomas são semelhantes aos da gripe: febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e cansaço. Após alguns dias, outros sintomas são apresentados, como as manchas vermelhas, náuseas, dor abdominal e confusão mental. “Importante ressaltar que os sintomas variam de pessoa para pessoa e nem todas apresentam todos os sintomas”, destaca Oliveira.
Para evitar casos graves, é necessário procurar um médico para a prescrição de tratamento imediato que, geralmente, consiste em antibióticos. “Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de recuperação completa”, afirma.
Prevenção
A principal forma de prevenção é evitar o contato direito com o transmissor, no caso, o carrapato. Para isso, evite áreas de mata, campos e outros espaços rurais. Se for necessário ir a esses locais, use roupas de manga longa, calças compridas e sapatos fechados. Também é recomendado o uso de repelentes, tanto na pele quanto nas roupas.
Ao retornar para casa, faça uma inspeção cuidadosa no corpo e, caso encontre algum carrapato, remova-o com uma pinça ou instrumento adequado. Fique de olho nos seu animalzinho de estimação, pois o carrapato também pode ser encontrado neles. O ideal é protegê-los com repelentes e deixar a tosa em dia.
O médico Marcelo de Oliveira reforça que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para garantir a recuperação completa do paciente. Em caso de suspeita, procure atendimento médico imediato.