14.05.2020
A pandemia mundial decorrente do novo coronavírus, altamente transmissível e causador da covid-19, mudou todo o cenário mundial em pouquíssimo tempo, desde as relações humanas até as rotinas de trabalho, sem contar o impacto nos sistemas de saúde e efetivamente na vida das pessoas. Com vistas a mitigar o máximo possível desses efeitos negativos, trazendo novas soluções de produtos e serviços para apoiar a sociedade no combate à doença, diversos pesquisadores e profissionais se mobilizaram em busca de alternativas variadas e a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) organizou uma força-tarefa para apoiar nosso país nesse enfrentamento.
Como nos conta o coordenador da Coordenadoria de Fomento à Pesquisa (CFP) da UPM, Jan Carlo Delorenzi, a força-tarefa para o enfrentamento da covid-19 surgiu de um debate sobre o tema entre o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Felipe Chiarello, e a equipe da CFP. “Capitaneados pelo professor Felipe, a CFP articulou com os coordenadores de pesquisa de cada unidade acadêmica da UPM as ações possíveis de serem executadas e os projetos que poderiam surgir ou que já existissem e que podiam ser alinhados ao tema atual”, lembra Delorenzi.
O papel da CFP, nesse quadro, é de facilitadora do processo, articulando e colocando em parceria professores de diferentes unidades que possam trabalhar em sinergia. Até o momento, a força-tarefa conta com cerca de 50 projetos, que podem se desdobrar em outros ainda. Em breve, a lista de ações completa será disponibilizada na própria página da Coordenadoria de Fomento à Pesquisa da UPM.
“Essa foi justamente nossa intenção. Atuar em diferentes frentes com pesquisa aplicada que visa atender as demandas do momento, olhar para o que se precisa e atuar nessas frentes. E o melhor é que essa força-tarefa permitiu a formação uma rede de pesquisadores trabalhando juntos com um macro-tema comum”.
Contribuições para estudantes e sociedade
Algumas das ações são diretas, como MackShield e MackBreathe, projetos que a Escola de Engenharia (EE) da UPM vem desenvolvendo e que tratam da produção de máscaras que são escudos faciais para profissionais da saúde e protótipos de respiradores mecânicos de baixo custo, respectivamente. Nesse último caso, a CFP ajudou na conexão da EE e o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) em atuação conjunta para a melhoria dos protótipos.
“O mais importante é que vários desses projetos acontecem com docentes de diferentes unidades acadêmicas. O que buscamos com a força-tarefa é exatamente a integração de atividades de pesquisa da UPM. Há projetos na área de educação, direito, fake news, diversos projetos na área de saúde, projetos na área de micro e macro-economia”, diz o coordenador da CFP.
“Além do impacto para o enfrentamento da covid-19, o saldo desses projetos poderá ser a captação de recursos de pesquisa de agências de fomento governamentais, publicações científicas e também patentes de produtos. Ou seja, o resultado será muito positivo”, acrescenta.
Para a sociedade, o ganho é oferecer produtos e serviços frutos de pesquisa de ponta com objetivo de enfrentar uma doença que afeta o mundo inteiro. “O olhar de nossa força-tarefa é para os problemas brasileiros mais próximos, obviamente, mas sem perder o horizonte do mundo. Para o Mackenzie, tais ações permitem o exercício da visão de nossa identidade institucional: dedicar-se às ciências divinas e humanas, comprometida com a responsabilidade socioambiental, em busca contínua da excelência acadêmica e de gestão. Pesquisar para fazer o melhor para a sociedade”, descreve o coordenador.
Delorenzi cita que os alunos também participam das ações e alguns já estão apresentando projetos de PIBIC relacionados às iniciativas que seus professores propuseram na força-tarefa.
Para professores e estudantes, o crescimento é a participação e envolvimento em projetos para um momento único da história. Conforme destaca Delorenzi, “embora as epidemias sejam cíclicas e outras ao longo da história terem ceifado mais vidas, nunca houve a disseminação tão rápida de uma doença (por conta de nossa sociedade globalizada), mas também, nunca tivemos tanta condição de dar respostas rápidas à doença e suas conseqüências”.
Parcerias
Vários dos projetos possuem parcerias com empresas. Algumas, inclusive, já existiam e foram ampliadas por conta das iniciativas nesse período de pandemia. O trabalho no combate às fake news, por exemplo, já contava com parceria junto ao Facebook e ao Google.
“Há projetos na área de saúde, como o incentivo na produção de novas moléculas para fármacos em que a Neguebe, empresa de desenvolvimento de fármacos que possui laboratório também no campus Higienópolis do Mackenzie, é parceira. O projeto MackShield também tem captado recursos para o avanço do projeto, etc.”, adiciona Delorenzi.
Futuro
Os desdobramentos de cada projeto dependerão muito de seu foco, como assinala o coordenador da CFP da UPM. “A ciência tem o seu próprio tempo, então nesse momento as iniciativas estão em andamento e esperamos colher frutos em curto, médio e longo prazos”. Alguns projetos já entregaram seus produtos e resultados, como já aconteceu com o MackShield, por exemplo, e outros devem aparecer até o final desse ano de 2020.
“É importante frisar que observaremos muitas mudanças no estilo de vida de todos nós por conta dessa pandemia. Nesse sentido, vejo que muitos projetos avançarão por mais dois, três, cinco anos até. Um passo muito importante é a captação de recursos. Alguns projetos estão sendo submetidos aos editais públicos do CNPq, CAPES, FAPESP e outras FAPs”, enfatiza Delorenzi.
Outras iniciativas da UPM e Mackenzie como um todo
Outras ações podem ser reconhecidas no Mackenzie Brasília, por exemplo, que produziu máscaras ao estilo escudo facial para profissionais da saúde de hospitais do Distrito Federal.
Na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o coordenador da CFP compartilha que, naturalmente, o tema covid-19 tem permeado as discussões e debates de aulas, artigos em fase de preparação e publicação e outros. “Como o papel da CFP é fomentar, estimular a pesquisa, não poderíamos nos furtar de agir como articulador de projetos de pesquisa nessa área”. Entretanto, é importante destacar que o trabalho da força-tarefa faz parte de um todo de ações promovidas pelo Mackenzie.
Ainda na UPM, por exemplo, há a iniciativa do InovaMack, com ações complementares, como explica Delorenzi. “Enquanto a força-tarefa trabalha projetos com origem no trabalho docente, o InovaMack é uma iniciativa mais ampla que pode envolver projetos e ações que partam tanto de docentes como discentes. Nesse sentido, as ações conjugadas poderão ampliar ainda mais a relevância do Mackenzie no enfrentamento da covid-19”, complementa ele.