29.06.2018 Gastronomia
De um projeto do curso de Tecnologia em Gastronomia para o mundo dos negócios. Gesiê Castro, Pamela Meira, Juliana Vieira e Andressa Alves, no estudantes de Gastronomia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), transformaram um trabalho acadêmico em um futuro empreendedor.
As quatro mackenzistas estão por trás da Biscoiteria Keks, especializada na utilização de frutas paulistas em seus produtos. Elas criaram biscoitos, em forma de quadradinhos, com diferentes sabores: massa com sabor de cambuci e com geleia da fruta; sequilhos de araruta; jatobá com ganache de café; e milho com araçá.
Para saber mais deste projeto acadêmico que virou negócio no primeiro semestre deste ano e ficou famoso - até saiu recentemente na Editoria Paladar, do Estadão -, se ligue na conversa que tivemos com as meninas criadoras da Biscoiteria Keks:
Vocês sempre pensaram em fazer gastronomia?
Nem todas pensávamos em cursar Gastronomia como primeira opção, mas é uma área que sempre nos encantou e onde nos encontramos.
Como surgiu a ideia da Biscoiteria Keks, incluindo o nome do negócio?
Surgiu a partir de uma proposta da (UPM), durante o terceiro semestre do curso de Gastronomia. A ideia era desenvolver um projeto empreendedor de especialidade paulistana que envolvesse as disciplinas de pesquisa histórica, planejamento estratégico de marketing e gestão de alimentos e bebidas. A finalidade do projeto era contribuir para a consolidação e promoção da Gastronomia paulistana.
Sobre o nome, procuramos um que fosse pequeno, de fácil pronúncia, que remetesse à ideia do nosso negócio e que representasse as quatro integrantes do grupo. Depois de algumas opções, encontramos a palavra “Keks”, que significa bolacha em alemão.
Como tem sido para vocês levar o projeto universitário para o mundo dos negócios?
Tem sido uma experiência desafiadora e, ao mesmo tempo, prazerosa. Um negócio como esse envolve atividades de marketing, busca de insumos de qualidade a bons preços, lidar com a sazonalidade de alguns ingredientes, desenvolver testes para melhoramento do produto, além de dificuldades com o espaço de produção, entrega - ainda mais numa cidade grande como São Paulo -, e conciliar com outras atividades do grupo, inclusive a própria graduação. Entretanto, vemos a Keks como uma grande oportunidade de negócio e somos apaixonadas pela ideia de fazer biscoitos com produtos nativos.
Como a criação de um projeto dentro da Universidade influenciou vocês a pensarem com uma mente empreendedora?
Ao longo do semestre, aprendemos que a Gastronomia apresenta possibilidades variadas de atuação e ser empreendedor é uma delas. Aliás, esse é um dos objetivos do curso de Gastronomia da UPM. Sendo assim, nossos professores nos incentivaram a criar um projeto que pudesse permear não apenas o meio acadêmico, mas também o de negócios.
Pensando na parte gastronômica, como chegaram ao sabor e formato que queriam para os biscoitos?
Estávamos na dúvida entre fazer biscoitos artesanais com sabores tradicionais, como chocolate, morango e doce de leite; ou resgatar sabores paulistanos que, de certa forma, foram esquecidos com o passar do tempo, como araruta e araçá. Para isso, nossas professoras Joyce Galvão e Paola Biselli, especialistas em Confeitaria, sugeriram a nós possibilidades de sabores e combinações, como o de jatobá com café, e gostamos muito.
Quanto ao formato, tínhamos cortadores quadrados em casa e pensamos: “Por que não?!”. Após alguns testes, gostamos do resultado.
Desde o início a ideia era fazer uma biscoiteria?
Na verdade, não. A nossa ideia inicial era uma torteria, mas queríamos algo de tendência mais significativa no mercado. Até que encontramos os bolos da israelita Adi Klinghofer, que são feitos com massa de biscoito. Levamos a ideia ao nosso professor Rodrigo Libbos e ele perguntou mais ou menos assim: “Como vocês irão chamar esse produto? ‘Tortas’?! Não seriam ‘bolachas’?”. Adoramos a ideia e, a partir desse conceito, concentramos a pesquisa do projeto.
Como vocês definem o projeto de vocês? Qual seria o diferencial do negócio?
A Keks é um projeto inspirador e apaixonante para nós, pois com ele valorizamos a cultura brasileira através de alimentos nativos e preparações artesanais, que são recheados de lembranças da infância. Nosso diferencial é o conceito de valorização de sabores nativos.
Por fim, quem são suas referências no mundo da gastronomia?
Em especial, nossos professores: Camila Landi, Graziela Milanese, Joyce Galvão, Maurício Lopes, Paola Biselli e Rodrigo Libbos, e outros profissionais que foram inspiração para o nosso projeto, como Bruno Lambert e Jefferson Rueda.
Serviço
Instagram: @biscoiteriakeks
Telefones: (11) 98412-1309 e (11) 98298-0172